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Ansiedade na Black Friday

O final de ano está chegando e, com ele, a época de presentes e compras de Natal se faz ainda maior parte do cotidiano. Entre um dos momentos mais aguardados por quem gosta de comprar é a Black Friday. Contudo, junto desse momento, a ansiedade pode atacar.

Black Friday

A Black Friday é a última sexta-feira do mês de novembro. Acontece um dia depois do Dia de Ação de Graças, onde se inaugura a temporada de compras de Natal, com boas promoções e descontos significativos em muitas lojas.

Além disso, é uma das datas mais importantes para todo o setor varejista. Afinal, os clientes conseguem ótimas oportunidades de compras, e os lojistas ampliam o faturamento nesta data do ano. Com muitas marcas renomadas entrando com boas promoções na Black Friday, o mundo todo foi se adaptando a este momento.

Ansiedade

Assim como diria o personagem Stan Lee, do filme “Spider Man”, “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. Dessa forma, além de trazer prejuízos ao bolso, essa época do ano pode desencadear um problema de saúde que atinge milhões de pessoas no mundo todo: a ansiedade.

A ansiedade é uma doença que atinge milhões de pessoas no Brasil, que se tornou o país líder em índices durante a pandemia. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 18,6 milhões de brasileiros sofrem. A psicóloga Mariana Consoni explica, ao Blog Unic, o que, de fato, é este transtorno.

“A ansiedade é uma reação natural do nosso corpo. Ou seja, por si só, não é algo patológico. O que torna patológico é quando a ansiedade vem em momentos em não precisa. Por exemplo, quando temos uma situação nova na nossa vida ou que gere medo ou receio, por não saber o que pode acontecer ou o desfecho, acabamos criando um certo de medo. E isso gera a ansiedade, que vem dessas situações. Assim, a ansiedade se torna patológica ao ter essas reações de medo ou receio fora de um contexto”, explica. 

Comum no cotidiano

Segundo Consoni, a ansiedade está relacionada com gatilhos, que podem ser gerados no dia a dia:

“Quando estamos na rua e vemos um cachorro muito bravo na rua. O corpo reage com ansiedade — vamos ter um receio, pode haver uma taquicardia. Você vai pensar se vai correr ou ficar parado. É uma reação normal, esperada pelo corpo. O problema é quando você está sentado em casa e algum gatilho desperta essa lembrança desse cachorro. Com isso, gera uma taquicardia, pensa-se em estratégias para fugir do cachorro ou da situação. Isso tudo sem viver essa situação, apenas idealizando”, conclui.

Estes gatilhos podem ser os mais diversificados, pois cada pessoa passar por situações diferentes em suas vidas:

“Os gatilhos podem ser diversos, pois depende da situação que cada pessoa passou e o que desencadeou essa ansiedade desproporcional. Então, tudo depende da história de vida da pessoa para saber o que gerou essa ansiedade patológica”, explica a psicóloga.

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Ansiedade por comprar

Com isso, neste período é preciso ficar em alerta. A ansiedade por comprar pode acabar gerando um transtorno compulsivo, que só é sanado com a sensação de prazer das compras — algo que talvez nunca seja suficiente para a pessoa, que nunca estará satisfeita, sempre comprando mais e mais.

De acordo com Mariana Consoni, esta compulsão pode ser demonstrada de diferentes maneiras no dia a dia. Ou seja, sempre é preciso estar em alerta:

“Pode estar relacionada à ansiedade por ser um alívio para aquela situação. Muitas vezes as pessoas são ansiosas e descontam em alguma coisa. Uns descontam em comida, outros até em exercícios físicos, pois muitas vezes precisam pôr aquela energia para fora. Ou seja, outras, então, descontam na compra”.

Através de compras, é possível obter a sensação uma sensação de saciedade, euforia ou até paixão.

“Enquanto a pessoa realiza a compra traz um sentimento de saciedade, parece que baixa os ânimos. Não é uma regra. Algumas vezes pode ser apenas impulsividade. Assim, é preciso analisar a história de vida de cada um e concluir se é realmente ansiedade ou alguma outra questão”, afirma.

Sintomas

Os sintomas podem ser os mais diversificados. Afinal, cada caso é um caso. Contudo, sempre é preciso estar de olho para que situações mais extremas acabem não acontecendo.

Entre os principais sintomas da compulsão por compras, estão:

  • Descontrolo no ato de comprar;
  • Dificuldade em poupar ou guardar dinheiro;
  • Comprar escondido de parentes e/ou amigos;
  • Mentir sobre a vida financeira ou sobre os reais valores gastos;
  • Sentimento de ansiedade por comprar;
  • Insatisfação;
  • Vontade de comprar quando se sentir triste, frustrado ou irritado;
  • Sentimento de culpa após comprar;
  • Dificuldade de lidar com o próprio dinheiro;
  • Vida financeira comprometida e endividamento.

Gatilhos

Com descontos, ofertas e promoções a todo momento, em diferentes meios, a ansiedade pode ser uma grande vilã, principalmente nesta reta final do ano. Ou seja, são inúmeros os gatilhos que fazem com que economizar ou comprar apenas o necessário se torne ainda mais difícil.

“A Black Friday pode trazer esses gatilhos para pessoas que descontam a ansiedade nas comprar. Afinal, irão adquirir coisas novas, por preços mais em conta. Então, pode acabar sendo um gatilho para essas pessoas, que buscam um alívio e prazer em comprar coisas novas”, afirma a psicóloga.

Contudo, essa sensação de saciedade ou até de uma falsa e/ou momentânea felicidade não dura por um longo tempo. Além disso, nem sempre os itens adquiridos serão de necessidade para quem compra.

“Quando aquela compra chega, a pessoa irá se sentir feliz. Contudo, nem sempre vai ser usado ou sequer foi necessário algum momento. Por isso, esse período de Natal e de Black Friday pode acabar gerando um pico maior de ansiedade”, explica Mariana Consoni.

Como controlar?

Portanto, neste período, é ainda mais importante ficar de olho e tentar se controlar ao máximo. Lembre-se: nem sempre a compra é de extrema necessidade.

“Uma boa forma é de listar, com itens que realmente são necessários. Porque se for para comprar por ser barato e nunca usar, como comida, cosméticos ou medicamentos, eles vão estragar. Ou seja, você gastou o dinheiro à toa e não utilizou, por mais que tenha economizado. Portanto, o mais sensato a se fazer neste período em que se gasta mais, como Natal e Black Friday, é fazer lista. O que eu preciso comprar, para quem preciso realmente dar presentes e afins. É necessário filtrar o que é necessário para o momento e se abster a comprar apenas essas coisas em relação à necessidade do momento”, afirma.   

Além disso, é sempre importante consultar um psicólogo ou psiquiatra adequado para que as melhores ações sejam tomadas. Técnicas de relaxamento, como meditação, ioga e pausas diárias, também podem ser de grande ajuda para quem buscar reduzir os picos de ansiedade.

Foto Destaque: Divulgação / Getty 

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