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Conheça a doença autoimune lúpus
Esse tipo de inflamação pode atacar o corpo todo, com risco de morte se não for tratada de forma adequada
Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico, por engano, ataca os tecidos saudáveis do próprio corpo.
Não se sabe bem as causas disso, mas predisposição genética, questões hormonais, exposição à luz solar, infecções e uso de certos medicamentos podem ser considerados fatores de risco para doenças autoimunes.
O que é lúpus?
Lúpus é uma doença inflamatória autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos. Pele, articulações, rins e cérebro são exemplos. Em casos mais graves, se não for tratado adequadamente, o lúpus pode matar.
Uma vez que não é uma doença comum, não tem fatores de risco pré-determinados: a doença pode se manifestar em pessoas de qualquer idade, raça e sexo. Embora afete principalmente as mulheres, sendo 9 em cada 10 pacientes diagnosticados com lúpus sistêmico, de acordo com um estudo da revista científica Lancet.
Existe mais de um tipo de lúpus
De acordo com o Ministério da Saúde, o lúpus pode ser manifestar de quatro formas diferentes, cada uma com suas causas distintas. São elas:
- Lúpus sistêmico: é o mais comum. Nesse caso, a inflamação acontece em todo o organismo, comprometendo vários órgãos ou sistemas. Algumas pessoas que têm o lúpus discoide podem, eventualmente, evoluir para o lúpus sistêmico.
- Lúpus discoide: fica limitado à pele. Pode ser identificado com o surgimento de lesões avermelhadas especialmente no rosto, na nuca e/ou no coro cabeludo.
- Lúpus induzido por drogas: é desencadeado por drogas e/ou medicamentos. Provoca uma inflamação parecida com a do lúpus sistêmico, mas, nesse caso, a doença tende a desaparecer com suspensão do uso da substância.
- Lúpus neonatal: é bastante raro e afeta recém-nascidos de mulheres portadoras de lúpus. Erupções na pele, problemas no fígado e baixa contagem de células sanguíneas são sintomas que tendem a desaparecer após alguns meses de vida do bebê.
A quais sintomas devo dar atenção?
Os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. Por isso, conhecer o próprio corpo e manter as consultas médicas em dia são aspectos importantes do cuidado com a saúde.
A lista dos sinais mais comuns de lúpus é longa: fadiga, febre, dor nas articulações, rigidez muscular, inchaços, vermelhidão na face (em forma de “borboleta”, sobre as bochechas e a ponta do nariz), lesões na pele (que surgem ou pioram na exposição solar), dificuldade para respirar, dor no peito ao inspirar profundamente, sensibilidade à luz do sol, confusão mental, perda de memória, linfonodos aumentados, queda de cabelo, feridas na boca, desconforto geral, ansiedade e mal-estar.
Sintomas como dores nas articulações podem impedir atividades simples, como a prática de atividades físicas e a rotina de trabalho. Por conta disso, mais de 50% das pessoas param de trabalhar em até 15 anos após o diagnóstico de lúpus, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia.
O diagnóstico de lúpus não é simples
Como os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa e mudam com o passar do tempo, o lúpus pode ser confundido com outras doenças. Por isso, ainda não há exame ou teste específico para o seu diagnóstico.
Se você se identifica com mais de um sinal de lúpus, procure, imediatamente, um clínico geral para uma avaliação preliminar. Exames de sangue, urina e dos sintomas clínicos apresentados para o médico durante exame físico podem ajudar a diagnosticar o problema.
Lembrando que o tratamento do lúpus é feito apenas para controlar os sintomas, já que a doença não tem cura. Ainda assim, é indispensável. Alguns casos são graves e podem levar à complicações graves, inclusive, à morte.
Vale saber!
- Dentre as mais de 80 doenças autoimunes conhecidas, o lúpus é uma das mais graves. Por isso, assim que surgirem os primeiros sintomas, procure atendimento médico.
- Alguns bebês com lúpus neonatal podem desenvolver um defeito cardíaco grave. Testes e exames adequados podem identificar as mães em risco e fazer o tratamento antes ou depois do nascimento.
- Os medicamentos usados na forma grave da doença têm efeitos colaterais intensos, exigindo monitoramento médico constante.
- Em manifestações graves, o lúpus pode acarretar complicações como anemia hemolítica, amplo envolvimento cardíaco ou pulmonar, doença renal ou envolvimento do sistema nervoso central.
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