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Treino de resistência pode ajudar quem sofre com o acúmulo de gordura no fígado

Em torno de 30% da população mundial sofre com a esteatose hepática, uma doença caracterizada pelo acúmulo de gordura no interior das células fígado, quando o nível de gordura ultrapassa a margem de 5 a 10% do volume do órgão, e que pode levar a outros problemas graves como inflamação e cirrose no fígado. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento da condição são excesso de peso, obesidade abdominal, diabetes e dislipidemia (aumento de gorduras, especialmente colesterol e triglicerídeos, no sangue).

Não existe um tratamento específico para curar a doença e os métodos podem variar de acordo com os fatores que causaram o problema. Mesmo assim, a forma de lidar com o problema geralmente costuma basear-se em três vertentes: o estilo de vida saudável, a alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos.

E uma pesquisa feita através de uma parceira entre a Universidade de Haifa, o Centro Médico Tel Aviv e a Universidade de Tel Aviv, todas de Israel, mostrou como as atividades físicas, especificamente o treinamento de resistência, pode colaborar com as pessoas que sofrem com o acúmulo de gordura no fígado.

Os cientistas liderados pela Dra. Shira Zelber-Sagi, da Universidade de Haifa, pelo professor Oren Shibolet e pelo pesquisador Assaf Buch analisaram os efeitos dos treinos de resistência, que costumam ser mais curtos e focados que os exercícios aeróbicos, em pessoas com faixa etária entre 20 a 65 anos, que tinham sido diagnosticadas há mais de seis meses anteriores ao início do estudo com a esteatose hepática.

As 82 pessoas que participaram do experimento foram divididas em dois grupos: o primeiro se dedicou a exercícios de resistência, com séries adequadas às habilidades dos indivíduos, que trabalhavam os braços, o peitoral e as pernas, com duração de 40 minutos, três vezes por semana, enquanto o segundo apenas realizou atividades de alongamento.

Ao longo do estudo, que durou três meses, foi pedido aos participantes que não mudassem os seus hábitos em relação à prática de exercícios físicos e que continuassem a seguir a dieta que estavam acostumados, assim como a tomar os medicamentos que já utilizavam antes da pesquisa.

No decorrer da pesquisa, os cientistas também fizeram exames para avaliar o peso, a pressão arterial, as enzimas presentes no fígado, a taxa de lipídios, o nível de açúcar no sangue e a quantia de insulina.

Quando o experimento terminou, os pesquisadores identificaram que as pessoas que tinham se submetido ao programa de treinamento de resistência registram uma queda na quantidade de gordura presente no fígado, de acordo com um método especial de ultrassom utilizado no estudo para avaliar a taxa de gordura no órgão, desenvolvido pela Dra. Muriel Webb.

“Para os pacientes com limitações físicas ou baixa motivação que os impedem de realizar exercícios aeróbicos, o treinamento de resistência pode ser uma boa alternativa. O treino de resistência teve um impacto específico em termos de uma queda nos níveis de gordura no fígado como mostrado no exame de ultrassom”, afirmou a Dra. Shira Zelber-Sagi.

Os estudiosos também chegaram à conclusão que esse tipo de treinamento levou a uma significativa redução dos níveis de colesterol no sangue. Segundo a Dra. Zelber-Sagi, isso pode ter acontecido devido à resistência à insulina promovida pela atividade física que acarreta a diminuição da produção de colesterol no fígado e as taxas da substância no sangue.

Eles também verificaram que ocorreu uma redução da quantidade da proteína ferritina no organismo dos participantes que praticaram os exercícios de resistência. Essa proteína é encontrada no fígado e auxilia facilitando o armazenamento de ferro. Entretanto, níveis altos de ferritina também podem ser um indicativo de inflamação no órgão. Portanto, o registro de queda da substância pode ser considerado uma evidência de que houve uma melhora na condição do fígado.

“Nós sabemos como é difícil para as pessoas perder peso e manter-se em dietas de redução de peso. Logo, é importante encontrar formas adicionais para que nós possamos tratar os pacientes a longo prazo, enquanto permitimos que eles mantenham uma alta qualidade de vida. O treinamento anaeróbico é uma dessas maneiras”, concluiu a Dra. Zilber-Sagi.

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