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Fazer exercícios moderados com regularidade pode ajudar no tratamento do câncer

Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Kansas, nos Estados Unidos, na área de cinesiologia – que é a ciência que estuda os movimentos – identificou que praticar exercícios moderados com regularidade, como uma caminhada vigorosa ou uma corrida devagar, pode colaborar com o tratamento de pacientes com câncer.

Como o professor-associado de fisiologia do exercício da instituição, Brad Behnke, e a equipe de pesquisadores que colaborou com sua pesquisa mostraram, a manutenção desse tipo de atividade física com frequência na rotina reforça a oxigenação do tumor, que é o que justamente pode melhorar o tratamento da doença.

A prática de exercícios físicos para pacientes e sobreviventes do câncer já é uma recomendação tanto do Instituto Nacional do Câncer quanto do Instituto Nacional de Saúde, ambos órgãos dos Estados Unidos. Entretanto, ainda não havia muitas pesquisas que mostrassem o que ocorre com o tumor durante a prática de uma atividade física.

Interessado justamente em saber o que ocorre durante esse processo, o cientista resolveu integrar as pesquisas no seu campo de estudo, a fisiologia, com os estudos relacionados ao câncer.

Então, em seu trabalho, Behnke utilizou modelos de tumor de câncer de próstata para descobrir maneiras de levar mais oxigênio ao tumor causador da doença. Isso porque quando um tumor possui pouco oxigênio, ele é geralmente mais agressivo. A explicação para tal fato é que o oxigênio ajuda a destruir as células cancerígenas.

Assim, quando não há muito oxigênio, os tumores se tornam mais resistentes aos tradicionais tratamentos do câncer, como a radioterapia, por exemplo.

“Se nós manipularmos todos os sistemas do corpo – os pulmões, o coração e os vasos sanguíneos – com exercício, nós podemos tirar vantagem da vasculatura (como os vasos sanguíneos ficam dispostos em determinado órgão) do tumor e melhorar a circulação sanguínea até o tumor”, afirmou o pesquisador.

Ele ainda explicou que com isso o tumor se torna a via menos resistente ao aumento cardíaco causado pelo exercício, o que faz com que a oxigenação do tumor cresça bastante durante e depois da realização da atividade.

No entanto, o cientista ressaltou que a chave é manter uma prática moderada de exercício. Uma atividade mais leve pode não ter efeito algum e um exercício mais intenso pode trazer consequências negativas como cortar a circulação sanguínea até a região do tumor ou prejudicar o sistema imunológico.

Ele ainda esclareceu que uma atividade moderada é algo que utiliza de 30 a 60% da capacidade aeróbica de uma pessoa e que a maioria das pessoas consegue fazer.

Os estudos feitos por Behnke e sua equipe ainda mostraram que o exercício moderado também ajuda a neutralizar alguns efeitos colaterais negativos que os tratamentos tradicionais para o câncer trazem, como a contagem baixa de glóbulos sanguíneos, a fadiga, a caquexia – que causa fraqueza, falta de apetite e perda de peso – e a perda de massa muscular.

O professor também afirma que um tratamento que prescreve a prática de exercícios físicos possui efeitos colaterais positivos, em contraposição a outros tipos de tratamento que trazem efeitos colaterais negativos. “O exercício é um tipo de tratamento que beneficia diversos sistemas do corpo e pode alterar permanentemente o ambiente dentro do tumor”, completou.

Agora, o cientista usará um apoio de $750 mil dólares concedido pela Sociedade Americana do Câncer para ampliar a sua pesquisa e estudar maneiras de como a prática moderada de atividades físicas pode tornar os tratamentos de radiação mais eficientes, principalmente nos casos de tumor difíceis de serem tratados.

“Se nós melhorarmos a eficácia do tratamento de radiação, então o prognóstico do paciente será melhor”, afirmou.

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