O corpo humano precisa de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e micronutrientes…
Multivitaminas e multiminerais são os suplementos mais usados no mundo. Sua popularidade aumentou rapidamente nas últimas décadas.
Algumas pessoas acreditam que os multivitamínicos podem melhorar a saúde, compensar maus hábitos alimentares e até reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas. Este artigo examina as evidências científicas por trás das multivitaminas.
O que são multivitaminas?
Multivitaminas são suplementos que contêm muitas vitaminas e minerais diferentes, às vezes junto com outros ingredientes. Dado que não há um padrão para o que constitui um multivitamínico, sua composição de nutrientes varia de acordo com a marca e o produto.
Os multivitamínicos também são chamados de multis, múltiplos ou simplesmente vitaminas. Eles estão disponíveis em várias formas, incluindo comprimidos, cápsulas, gomas mastigáveis, pós e líquidos.
A maioria dos multivitamínicos deve ser tomada uma ou duas vezes por dia. Certifique-se de ler o rótulo e seguir as instruções de dosagem recomendadas.
O que os multivitamínicos contêm?
Treze vitaminas e cerca de 15 minerais são essenciais para sua saúde. Muitos produzem enzimas e hormônios, aumentam sua imunidade e mantêm seus nervos e órgãos funcionando corretamente. Seu corpo também precisa desses nutrientes para reprodução, manutenção, crescimento e regulação dos processos corporais.
Multivitaminas podem oferecer muitas dessas vitaminas e minerais – mas em quantidades variadas. Eles também podem conter outros ingredientes, como ervas, aminoácidos e ácidos graxos.
Como a Food and Drug Administration (FDA) não regula os suplementos alimentares tão estritamente quanto regula os medicamentos prescritos, alguns podem conter níveis mais altos ou mais baixos de alguns nutrientes do que o indicado no rótulo.
Além disso, alguns suplementos podem conter ingredientes que podem interagir com medicamentos, portanto, fale com seu médico antes de iniciar um novo suplemento.
Além disso, os nutrientes em multivitaminas podem ser derivados de alimentos reais ou feitos sinteticamente, tornando essencial comprar suas vitaminas de um fabricante respeitável.
Multivitaminas e doenças cardíacas
A doença cardíaca é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Enquanto alguns acreditam que tomar multivitaminas pode ajudar a prevenir doenças cardíacas, a pesquisa não parece apoiá-la de forma conclusiva.
Alguns estudos sugerem que as multivitaminas estão correlacionadas a um risco reduzido de ataques cardíacos e morte, enquanto outros não mostram efeitos.
O Physicians’ Health Study II investigou os efeitos do uso diário de multivitamínicos em mais de 14.000 médicos do sexo masculino de meia-idade por mais de uma década e não encontrou reduções em ataques cardíacos, derrames ou mortalidade.
No entanto, um estudo mais recente revelou que entre as mulheres – mas não os homens – tomar um multivitamínico por mais de 3 anos estava associado a um menor risco de morrer de doença cardíaca.
Multivitaminas e câncer
As evidências sobre o uso de multivitamínicos e o risco de câncer também são mistas. Alguns estudos sugerem nenhum efeito no risco de câncer, enquanto outros vinculam o uso de multivitamínicos ao aumento do risco de câncer.
Uma revisão examinou cinco ensaios clínicos randomizados, incluindo 47.289 pessoas. Ele encontrou um risco 31% menor de câncer em homens que tomaram multivitamínicos, mas nenhum efeito em mulheres.
Dois estudos observacionais, um incluindo apenas mulheres e o outro incluindo homens e mulheres, associaram o uso de multivitamínicos a longo prazo a um risco reduzido de câncer de cólon.
Finalmente, o Physicians’ Health Study II observou que o uso diário de multivitamínicos a longo prazo reduziu o risco de câncer em homens com histórico de câncer, bem como naqueles sem histórico da doença
Os multivitamínicos têm outros benefícios para a saúde?
As multivitaminas foram estudadas para vários outros propósitos, incluindo a promoção da função cerebral e da saúde ocular.
Função cerebral
Vários pequenos estudos examinando populações específicas descobriram que as multivitaminas podem melhorar a memória em adultos mais velhos.
Multivitaminas também podem afetar seu humor. A pesquisa revelou não apenas ligações entre mau humor e deficiências nutricionais, mas também entre suplementos nutricionais e sintomas reduzidos de ansiedade e depressão. No entanto, outros estudos revelam pouca ou nenhuma mudança no humor.
Saúde ocular
A degeneração macular relacionada à idade é uma das principais causas de cegueira em todo o mundo. Um estudo descobriu que tomar vitaminas e minerais antioxidantes pode retardar sua progressão e ajudar a preveni-la.
Além disso, algumas evidências indicam que as multivitaminas podem reduzir o risco de desenvolver catarata, outra doença ocular generalizada.
Multivitaminas podem ser prejudiciais em alguns casos
A dosagem é um fator essencial a considerar ao tomar multivitamínicos. Embora altas doses de algumas vitaminas e minerais sejam aceitáveis para algumas pessoas, altas quantidades podem ser prejudiciais. A dosagem apropriada pode depender da solubilidade de uma vitamina, que é categorizada nos dois grupos a seguir:
- Solúvel em água: Seu corpo libera quantidades excessivas dessas vitaminas através da urina.
- Gordura solúvel: como seu corpo não tem uma maneira fácil de se livrar deles, quantidades excessivas podem se acumular no fígado. As pessoas grávidas precisam ter um cuidado especial com a ingestão de vitamina A, pois a ingestão excessiva foi associada a deficiências congênitas.
A toxicidade da vitamina D é rara e improvável de se desenvolver com o uso de multivitamínicos. No entanto, a toxicidade da vitamina A é mais comum. Se você toma multivitaminas e come muitos alimentos ricos em nutrientes, pode exceder a ingestão diária recomendada de muitos nutrientes.
Fumantes devem evitar multivitamínicos com grandes quantidades de betacaroteno ou vitamina A, pois esses nutrientes podem aumentar o risco de câncer de pulmão.
Altas doses de certos minerais, como ferro, podem levar a dores de estômago, constipação, vômitos e desmaios. O ferro também pode limitar a capacidade do corpo de absorver zinco.
Particularmente, os homens devem estar atentos ao consumo de ferro, pois tendem a armazenar mais ferro do que as mulheres, assim como os indivíduos com hemocromatose.
Essa condição pode levar a um acúmulo de níveis tóxicos do mineral e pode causar cirrose hepática, câncer de fígado e doenças cardíacas. Aqueles com essa condição também devem evitar suplementos de vitamina C.
Outro risco são os processos de fabricação defeituosos, que podem fazer com que os multivitamínicos abriguem quantidades muito maiores de nutrientes do que o pretendido.
Foto Destaque: Getty Images
Farmacêutico
Licenciado em Farmácia pela Universidade Paulista – UNIP – 2018
Profissional com 14 anos de Experiência em Farmácia de Manipulação,
após formação atuante como Responsável Técnico, com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.89527
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