O corpo humano precisa de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e micronutrientes…
Colesterol genético pega pessoas magras
A publicitaria Daniela Araújo (34) ocupa seus dias com pelo menos duas horas de exercícios na academia. Esteira, abdominais e musculação, de três a cinco vezes por semana, ajudam com que ela mantenha as medidas: 1,61 m e 52 kg.
Magra e com atividade física na rotina desde a adolescência, ela nunca desconfiou do que viria descobrir numa consulta habitual com o ginecologista. Depois de pedir um exame de sangue completo, o diagnóstico: colesterol alto. Sabia que o problema não atinge apenas as pessoas gordas. Mas achei que, por não ser sedentária, estava livre , diz Daniela.
Os 327 mg/dL de colesterol total (o desejável é uma taxa menor do que 200 mg/dL) não combinam com a alimentação saudável, à base de peixes, saladas e carne branca que Daniela sempre teve. O susto, no entanto, só iria desaparecer após uma investigação familiar: Descobrimos que meu colesterol é genético. Herdei de minha mãe, que herdou da minha avó , afirma a publicitária.
Mais atenção para os hábitos, menos para a balança
Justificar as taxas elevadas pelas características da família, no entanto, é uma exceção, como afirma o cardiologista Dennys Cunha Duarte, da Clínica Cardiocare Promesp. Independente do peso, a vida sedentária e a falta de hábitos alimentares saudáveis são os principais causadores do descontrole do colesterol.
A explicação para isso está na habilidade que alguns organismos têm de lidar com as gorduras. O colesterol alto, causado por fatores genéticos, é decorrência de uma mutação no receptor de LDL (colesterol ruim). este receptor não funciona direito e acaba prejudicando o transporte das moléculas de gordura até o fígado, onde elas são processadas , afirma o endocrinologista Frederico Guimarães Marchisotti,da DASA / Diagnósticos da América S.A.
O importante é medir e monitorar os níveis de colesterol, pelo menos, uma vez por ano, e a partir do 40 anos, de seis em seis meses . As taxas ideais são:
Adultos saudáveis
Colesterol total até 200 mg/dl
LDL menor que 160
HDL acima de 40 (mulheres devem ter essa taxa acima de 50)
Quem tem mais de dois fatores de risco (fumo, hipertensão, histórico familiar, obesidade):
LDL abaixo de 130
HDL acima de 45 (mulheres acima de 50)
Pessoas com doenças coronarianas ou diabetes
LDL menor que 100
HDL maior que 45 (mulheres acima de 50)
Pistas discretas
Além do fator hereditário, há outros elementos que predispõem as pessoas com peso ideal ao descontrole nas taxas de colesterol. Fique atento a eles e não deixe de levar estas informações ao seu médico na próxima consulta.
– Algumas doenças podem causar o aumento nas taxas de colesterol no sangue, como a insuficiência hepática, que prejudica o metabolismo das gorduras, e o hipotireoidismo (baixa nos hormônios da glândula tireóide). A diminuição destes hormônios também diminui a quantidade de receptores de LDL, o que faz o colesterol ruim aumentar. Também há uma redução na atividade da enzima lípase lipoproteica, que age no processamento dos triglicérides.
– Uso da pílula: o anticoncepcional, à base de estrógeno e progesterona, pode interferir nos níveis de HDL e LDL. Enquanto a progesterona aumenta o LDL e diminui o HDL, o estrógeno tem efeito positivo, aumentando o HDL e reduzindo o HDL. É uma alteração suave que, geralmente, só atrapalha as mulheres com tendência ao colesterol alto , afirma o endocrinologista Frederico Guimarães Marchisotti.
– O consumo de bebidas alcoólicas, em qualquer quantidade, pode aumentar o colesterol. Isso porque o álcool é processado no fígado, já bastante ocupado com o metabolismo das gorduras.
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