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Como as músicas para academia afetam seu desempenho

Todos nós usamos a música em uma variedade de formas, para relaxar, celebrar ou mesmo para se concentrar. Se você gosta de correr, provavelmente não é nenhuma surpresa que ouvir música durante os exercícios pode melhorar o seu desempenho. Mas há comprovações científicas e resultados concretos de melhora de performance com as músicas para academia? Há algum tipo de música especial para tal? Os atletas a têm usado como estratégia para alcançar melhores objetivos?

Estudo sobre a psicologia do esporte

O Dr. Costas Karageorghis é um pesquisador da Universidade Brunel (Inglaterra) que tem dedicado suas análises para entender melhor os efeitos psicofísicos e ergogênicos da música no esporte e na prática de exercícios em geral. Para tal, ele lidera a equipe da instituição de ensino onde leciona em Londres. O grupo também realiza a coordenação de música ao vivo em eventos de participação em massa, a exemplo da “Run to the Beat”, meia maratona de Londres. A partir de sua investigação, ele concluiu os seguintes aspectos sobre a relevância da prática esportiva ao som musical:

  • A música reduz a percepção de esforço: Ela pode enganar sua mente para se sentir menos cansado durante um treino, e também, estimular pensamentos positivos. O desempenho de corredores enquanto se exercitam ouvindo música pode ser até 15% melhor. Assim, por exemplo, em um ciclo de 66 minutos, o atleta pode se sentir em um ciclo de 56 minutos com a música. Embora ela não reduza a percepção do esforço durante o exercício muito difícil, pode fazer você se sentir mais positivo em uma alta carga de trabalho, mesmo até o ponto de exaustão.
  • Ela também pode atuar como um sedativo ou um estimulante: Músicas para academia, com um ritmo rápido, podem ser usadas para bombear-nos antes da competição, ou a música mais lenta pode ser usado para acalmar seus nervos e ajudá-lo a se concentrar.
  • O som pode gerar a sensação como se estivesse funcionando no piloto automático: A música ajuda a induzir a atividade das ondas cerebrais alfa, que são responsáveis por nossos sonhos e descansos. Isto leva a um estado conhecido como “fluxo”, que é um estado motivacional máximo em que os desportistas são completamente imersos no que eles estão fazendo.
  • A música é uma ótima maneira de regular ou modular o seu humor: Ela pode melhorar sentimentos positivos, como vigor, felicidade e emoção, ao mesmo tempo em que reduz os sentimentos negativos, tais como tensão, depressão, raiva e fadiga. O pesquisador cita o exemplo de um de seus ex-alunos, o medalhista de ouro olímpico de boxe superpesado Audley Harrison. Ele estava extremamente nervoso e sofria com a ansiedade pré-competição antes dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Ele ouviu uma suave música clássica japonesa. O resultado foi mais tranquilidade no período pré-luta que permitiu-lhe funcionar no seu melhor.
  • As letras também podem contribuir para o seu desemprenho: A música pode nos ajudar a desbloquear imagens de memórias, incluindo imagens heróicas na superação de adversidades. Isto pode ser feito através das letras. O ex-campeão mundial de boxe, Chris Eubank, costumava usar a música de Tina Turner, Simply the Best, devido à mensagem inspirada nas letras. Outro exemplo de atletas que utilizaram o poder de letras para facilitar o seu desempenho foi a maratonista recordista mundial, Paula Radcliffe, que particularmente gosta de ouvir Stronger, de Kanye West. Já em preparação para a Olimpíada de 2004, Dame Kelly Holmes ouviu repetidamente músicas como Fallin’e Killing Me Softly, de Alicia Keys. Essas faixas resumiram o jeito que ela estava sentindo. Elas a ajudaram a bloquear os nervos pré-corrida, o que a levou a alcançar um feito inesperado de ganhar duas medalhas de ouro olímpicas.

Mas é relevante citar que o pesquisador identifica dois tipos de atletas: os de elite, que buscam o estímulo para correr dentro de si mesmos, através da concentração; e os demais atletas, que tendem a buscar estímulo e distração em algo que esteja ocorrendo ao seu redor. Karageorghis acredita que o segundo tipo de atleta é o que mais se beneficiaria do estímulo oferecido pela música por necessitarem de mais estímulo além de sua rotina diária.

 

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