Por muitos anos, os adoçantes foram promovidos como aliados infalíveis na luta…

Em um mundo acelerado, em que a alimentação muitas vezes é encaixada entre reuniões, compromissos ou no trânsito, é comum não darmos à comida a atenção que ela merece.
Comer em frente à televisão, rolar o feed do celular enquanto mastiga ou fazer uma refeição em pé são hábitos cada vez mais comuns. Mas eles têm um custo, especialmente se você está tentando perder peso.
A alimentação distraída pode parecer inofensiva, mas diversos estudos mostram que ela tem um impacto direto no ganho de peso, na regulação da saciedade e até na forma como o corpo absorve os nutrientes. Comer sem atenção é comer sem conexão com o próprio corpo. E isso tem consequências.
Neste artigo, o Blog da UnicPharma separou mais informações sobre o que é a alimentação distraída, apontando os malefícios que causa para a saúde! Acompanhe mais a seguir:
O que é alimentação distraída?
Quando a refeição vira segundo plano
Alimentação distraída (ou mindless eating) é o hábito de comer enquanto a atenção está voltada para outra atividade. Isso pode incluir:
- Comer enquanto assiste à TV
- Usar o celular durante as refeições
- Comer no carro, em pé ou andando
- Trabalhar ou estudar com um prato ao lado
- Fazer refeições apressadas, sem mastigar direito
Nessas situações, o alimento entra no corpo, mas a mente não registra o processo. E esse desligamento interfere diretamente em mecanismos fisiológicos e comportamentais ligados ao apetite, à saciedade e ao prazer de comer.
Por que isso atrapalha sua perda de peso?
1. Você come mais do que precisa
Ao comer distraído, seu cérebro não acompanha o que está sendo ingerido. Resultado: a percepção de saciedade demora mais a acontecer, e você tende a comer mais, tanto em quantidade quanto em calorias.
Um estudo da Universidade de Birmingham (Reino Unido) mostrou que pessoas que comem assistindo à televisão consomem, em média, 25% mais calorias do que aquelas que comem com atenção. E o pior: ao longo do dia, tendem a fazer mais lanches também.
2. Você perde a percepção de fome e saciedade
A mastigação é um sinal importante para o cérebro entender que está se alimentando. Quando comemos apressados ou distraídos, mastigamos menos, engolimos mais rápido e ignoramos os sinais internos de saciedade.
Com o tempo, o corpo pode “desaprender” a reconhecer quando está satisfeito, criando um ciclo de compulsão, ansiedade alimentar e dificuldade em parar de comer.
3. Você associa comida a estímulos externos
Quando você come sempre vendo TV, por exemplo, seu cérebro começa a associar a sensação de prazer da comida com o ato de assistir. Isso cria gatilhos inconscientes de fome emocional: toda vez que liga a televisão, sente vontade de comer, mesmo sem fome real.
Esse tipo de associação é um dos grandes obstáculos em processos de reeducação alimentar.
4. Você reduz o prazer da refeição e busca mais depois
Comer é uma experiência sensorial: envolve cheiro, sabor, textura, temperatura. Quando você come distraído, não aprecia o alimento de verdade. E o cérebro, insatisfeito, tende a buscar mais prazer em outros momentos, geralmente com alimentos ricos em açúcar, gordura e sal.
Ou seja: mesmo que você tenha comido o suficiente em calorias, o cérebro pode interpretar que “faltou algo”. E isso gera mais desejo por comida mais tarde.
O que a ciência diz sobre atenção plena ao comer?
O conceito de mindful eating (alimentação consciente) tem ganhado espaço na ciência da nutrição. Ele propõe que o ato de comer deve ser feito com presença total: sem distrações, com atenção ao sabor, textura, mastigação e aos sinais internos do corpo.
Diversos estudos mostram que praticar alimentação consciente:
- Reduz episódios de compulsão alimentar
- Melhora o controle do apetite
- Ajuda na perda de peso a longo prazo
- Melhora a relação emocional com a comida
Mais do que uma técnica de dieta, é um reconhecimento do corpo como bússola, em vez de seguir apenas regras externas.
Como comer com mais atenção no dia a dia
1. Desligue os eletrônicos durante as refeições
Celular, TV, computador… todos eles competem com a sua comida pela sua atenção. Quando estiver comendo, deixe as telas de lado e conecte-se com seu prato.
2. Coma sentado e em um ambiente calmo
Evite comer em pé, na correria ou em locais desconfortáveis. Sente-se à mesa, respire fundo, observe a comida, sinta o cheiro antes da primeira garfada.
3. Mastigue devagar e sinta o sabor dos alimentos
Quanto mais devagar você mastiga, mais tempo o cérebro tem para registrar o processo. Isso também melhora a digestão e a absorção de nutrientes.
4. Reconheça os sinais de fome e saciedade
Pergunte-se: estou com fome ou com vontade de comer?
Durante a refeição, pare por alguns segundos e perceba se ainda está com fome ou se está apenas no impulso.
5. Crie rituais simples para suas refeições
Mesmo que esteja sozinho, monte o prato com cuidado, use utensílios adequados e reserve um tempo fixo para comer. Isso envia sinais ao cérebro de que aquele momento é importante.
Comer bem não é só sobre o que está no prato
Alimentação saudável não é apenas uma questão de nutrientes, calorias ou macronutrientes. É também uma questão de atenção, presença e relação com o próprio corpo.
Ao perceber como você come, e não só o que você come, você ganha autonomia. Você passa a entender o que te sacia de verdade, o que te faz bem e o que você precisa ajustar no seu comportamento, muito além da contagem de calorias.
Conclusão: a pressa e a distração podem custar caro
Se você tem feito tudo “certo” na dieta, mas ainda assim sente dificuldade para emagrecer, vale observar: como você está comendo?
A boa notícia é que comer com atenção não exige tempo extra, suplementos ou receitas milagrosas. Exige apenas presença. E essa presença, além de favorecer o emagrecimento, melhora sua relação com a comida – e com você mesmo.

Farmacêutica, Bioquímica e Nutricionista
Graduanda em farmácia estética
Pós graduação em farmácia clínica e atenção Farmacêutica
Pós graduação em fitoterapia clínica
Formada em nutrição
Atua como farmacêutica há mais de 10 anos no mercado
magistral, Com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.46216