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Técnicas de alisamento evoluem para não danificar os cabelos
Foi-se o tempo em que a única opção para alisar os cabelos era fazer escola progressiva com formol. Atualmente, para esse fim, o produto é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por causar sérios danos, como queimadura, descamação do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência nos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça, enjoo, vômito, desmaio e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios), podendo até levar a morte.
Nos últimos anos, as técnicas de alisamento têm evoluído para danificar menos os cabelos. Todos os cabeleireiros responsáveis já abandonaram o formol. “Eu não uso porque é uma substância tóxica, cancerígena e que prejudica os fios a médio e longo prazo”, diz a cabeleireira Célia Liberato. Hoje, ela adota dois métodos que prejudicam menos as madeixas: relaxamento e recondicionamento térmico light.
De acordo com Célia, o relaxamento apenas solta os cachos ou as ondas, sem alisar. Essa técnica é feita com produtos de hidróxido de sódio e derivados. “Já o recondicionamento térmico light, à base de tioglicolato de amônia, deixa o cabelo liso, mas com movimento”. No tratamento, a profissional passa o produto, espera agir e depois enxágua, fazendo uma escova em seguida. Se a cliente quiser os fios bem lisos, no final, em vez de escovar, seca com secador e utiliza chapinha.
Produtos naturais
Outros métodos menos agressivos são as escovas indiana e de flores. Com duração média de dois meses, a indiana é uma hidratação profunda à base de chá verde, que dá o aspecto liso aos cabelos. De acordo com o cabeleireiro Julinho do Carmo, a técnica, além de facilitar a escovação diária, reduz o volume em 40% a 70%, dependendo da fibra capilar. Como é feito com produtos naturais, o tratamento não causa agressões químicas, diz o especialista. A formulação é rica em substâncias antioxidantes, que neutralizam radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce dos cabelos. Além disso, há ingredientes tirados da castanha da Índia e do gengibre, que tonificam e fortalecem os fios.
A escova de flores é ideal para quem está com o cabelo muito ressecado pela ação do tempo ou da química. O volume excessivo e os arrepiados diminuem na hora, afirma o cabeleireiro Anysio Estevão. Os resultados chegam a durar três meses. Em casa, a manutenção é feita com o xampu e o condicionador indicados para o seu tipo de cabelo.
A cera e os polímeros encontrados nas flores são responsáveis pelo alisamento. Primeiro, o cabelo é lavado com o xampu anti-resíduos, que deixa as escamas abertas para a penetração da queratina. Depois de seco, é passada a máscara composta de pétalas e polinizantes de flores. “A aplicação é feita mecha por mecha, para garantir uma hidratação por igual. Para finalizar, é feita a escova e a prancha”, explica Estevão.
Apesar das melhoras nas técnicas, há profissionais que não concordam com alisamento. O cabeleireiro Claus Borges, do salão 1838, é um deles. “Precisa-se de componentes químicos fortes para alterar a característica natural do cabelo. Eu não uso nada disso. Além do que não gosto dos resultados. As pontas ficam esturricadas, as raízes oleosas e os cabelos sem forma”, critica.
Quando dá errado
Em alguns casos, o cabelo perde todo o movimento e fica liso demais. “Existem várias técnicas para recuperar a saúde dos fios. O importante é remover os resíduos dos fios, ajudando na diminuição do efeito da progressiva”, afirma a cabeleireira Cris Gomes.
Pequenas ações também garantem uma boa melhora. “Fazer um coque e passar o secador com o cabelo preso pode ser uma boa alternativa para dar melhor caimento aos fios. Também vale aplicar uma mousse e amassar os fios para dar um efeito ondulado”, sugere. “A mulher ainda pode usar um leave-in (creme sem enxágue) ou optar pelo babyliss. Um bom corte de cabelos é outra coisa que ajuda a tirar o efeito chapado”, diz.
Se os fios ficaram pesados demais, é preciso usar xampu de limpeza profunda, em média, uma vez por semana, para fazer com que os fios ganhem leveza. Fazer hidratações à base de queratina, aminoácidos da seda, silicone e pantenol também são recomendados.
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