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A proteína é um dos pilares da alimentação saudável — e não apenas para quem quer ganhar massa muscular. Ela é essencial para praticamente todos os processos do organismo: desde a reparação de tecidos até a produção de enzimas, hormônios, cabelo e unhas. Ainda assim, muita gente consome menos proteína do que deveria. Mas será que o corpo avisa quando isso acontece? A resposta é sim — e os sinais podem ser sutis, mas progressivos.
Neste artigo, o Blog da Unicpharma vai mostrar como identificar se você está comendo pouca proteína, quais são as consequências disso para a sua saúde e como garantir uma ingestão adequada no dia a dia.
Por que a proteína é tão importante?
As proteínas são compostas por aminoácidos, que funcionam como “tijolos” na construção e manutenção de estruturas do corpo. Diferente dos carboidratos e gorduras, que podem ser armazenados como reserva, o corpo não estoca proteínas — ou seja, o consumo diário adequado é fundamental.
Entre suas principais funções, estão:
- Construção e reparo de tecidos musculares
- Participação na produção de hormônios e enzimas
- Fortalecimento do sistema imunológico
- Transporte de nutrientes e oxigênio
- Formação de cabelos, unhas e pele
- Manutenção da saciedade e controle do apetite
Quanto de proteína você realmente precisa?
A recomendação geral é de 0,8 gramas de proteína por quilo de peso corporal para adultos saudáveis. No entanto, essa é uma estimativa mínima. Pessoas ativas, idosos, gestantes, lactantes ou em processo de emagrecimento ou ganho de massa muscular podem precisar de 1,2 a 2 g/kg de peso.
Exemplo:
Uma pessoa com 70 kg pode precisar de 56g (mínimo) a até 140g (dependendo do caso) por dia.
Os sinais que o corpo dá quando falta proteína
Agora que você já entende a importância da proteína, vamos aos sinais de que o seu corpo pode estar sofrendo com a deficiência — mesmo que de forma leve ou crônica.
1. Perda de massa muscular (mesmo com treino)
A proteína é fundamental para manter e construir músculos. Quando ela está em falta, o corpo começa a “quebrar” os próprios músculos para conseguir os aminoácidos de que precisa. Se você está perdendo massa magra, mesmo com exercícios, pode ser um sinal de ingestão inadequada.
2. Fraqueza e fadiga constantes
Sem proteína suficiente, o corpo tem menos capacidade de reparar tecidos e manter o metabolismo ativo. O resultado é um cansaço que vai além do normal — tanto físico quanto mental.
3. Unhas fracas e cabelo caindo
As proteínas queratina (unhas e cabelo) e colágeno (pele, articulações) são produzidas a partir da ingestão de aminoácidos. Com carência proteica, é comum perceber queda de cabelo, afinamento dos fios, unhas quebradiças e pele sem viço.
4. Imunidade baixa
A proteína é essencial para a produção de anticorpos. Se você está ficando doente com frequência, pegando gripes e resfriados recorrentes ou se recuperando lentamente de infecções, vale investigar a ingestão de proteínas na dieta.
5. Fome constante
Alimentos ricos em proteína promovem saciedade duradoura. Se a sua dieta é baseada em carboidratos simples e tem pouca proteína, é comum sentir fome o tempo todo — especialmente por doces ou alimentos gordurosos.
6. Cicatrização lenta
Cortes, feridas, machucados ou até lesões de treino que demoram a sarar podem ser um indício de que seu corpo não está recebendo os nutrientes necessários para reparar os tecidos.
7. Retenção de líquidos e inchaço
A proteína ajuda a manter o equilíbrio de líquidos nos vasos sanguíneos. A falta dela pode causar edema — principalmente em regiões como pernas, tornozelos e pés.
8. Alterações de humor e dificuldade de concentração
Neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina são formados a partir de aminoácidos. Com baixa ingestão de proteína, o funcionamento cerebral pode ser afetado, resultando em irritabilidade, ansiedade, confusão mental e dificuldade de foco.
9. Perda de cabelo acentuada
Embora multifatorial, a queda de cabelo relacionada à proteína ocorre por falta de matéria-prima para a renovação celular. Em muitos casos, é reversível com correção nutricional.
10. Maior risco de lesões
Sem uma base estrutural sólida — que depende da ingestão proteica — as articulações e os músculos ficam mais vulneráveis a lesões, especialmente durante atividades físicas.
Quem tem mais risco de comer pouca proteína?
- Vegetarianos e veganos: precisam de atenção especial para compor uma alimentação rica em proteínas vegetais variadas.
- Idosos: tendem a consumir menos proteína e a ter mais dificuldade na absorção.
- Pessoas em dietas restritivas, como low carb mal orientada ou regimes da moda.
- Atletas e praticantes de musculação, que nem sempre adequam a ingestão ao aumento da demanda.
- Pacientes com doenças crônicas, que podem ter maior necessidade proteica (em processos inflamatórios ou de recuperação).
Fontes de proteína de qualidade
Proteínas de origem animal:
- Carnes magras (frango, peixe, patinho, coxão mole)
- Ovos
- Leite e derivados (iogurte natural, queijos com menos gordura)
- Peixes e frutos do mar
Proteínas de origem vegetal:
- Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, soja)
- Tofu e tempeh
- Oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas)
- Sementes (chia, linhaça, girassol)
- Cereais integrais (aveia, quinoa, arroz integral)
Suplementos proteicos:
- Whey protein (proteína do soro do leite)
- Proteína vegetal em pó (ervilha, arroz, soja)
- Barras e bebidas proteicas (com moderação e atenção à composição)
Dicas práticas para aumentar a proteína na dieta
- Inclua proteína em todas as refeições – Não concentre tudo no jantar ou almoço. Café da manhã com ovos ou iogurte, lanches com castanhas ou proteína vegetal ajudam a distribuir a ingestão ao longo do dia.
- Aproveite as leguminosas – Feijão com arroz, por exemplo, formam uma combinação poderosa em termos de aminoácidos.
- Use snacks proteicos no lugar de ultraprocessados – Troque bolachas e biscoitos por ovos cozidos, iogurte natural ou uma dose pequena de castanhas.
- Combine diferentes fontes vegetais – Para vegetarianos, variar os alimentos é essencial para obter todos os aminoácidos essenciais.
- Consulte um nutricionista – Um plano alimentar individualizado faz toda a diferença para equilibrar qualidade e quantidade de proteínas no cardápio.
Conclusão
A deficiência de proteína pode parecer silenciosa no começo, mas com o tempo o corpo começa a dar sinais — e ignorá-los pode custar caro. Desde unhas fracas até perda de massa muscular e baixa imunidade, os sintomas podem afetar a qualidade de vida de forma significativa.
Incluir proteínas de qualidade, variadas e bem distribuídas ao longo do dia é uma medida simples e eficaz para preservar saúde, força e bem-estar. Seja qual for o seu estilo alimentar, é possível ajustar a dieta para garantir que seu corpo tenha a matéria-prima que precisa para funcionar da melhor forma.
Se você se identificou com alguns dos sinais mencionados aqui, talvez seja hora de olhar com mais atenção para o seu prato.

Farmacêutica, Bioquímica e Nutricionista
Graduanda em farmácia estética
Pós graduação em farmácia clínica e atenção Farmacêutica
Pós graduação em fitoterapia clínica
Formada em nutrição
Atua como farmacêutica há mais de 10 anos no mercado
magistral, Com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.46216