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Vício em internet existe?

A dependência da vida digital pode ter impactos sérios na sua saúde mental

Você costuma ouvir frases como “sai desse Facebook”, “agora não é hora de ver Youtube”, “conversa comigo ao invés de ficar olhando para esse celular?” Pode ser sinal de que o vício em internet pegou você.

Antes de pensar que isso é algo inofensivo, para se ter uma ideia, no fim de 2017 a Organização Mundial de Saúde decidiu classificar a compulsão por jogos eletrônicos como transtorno mental. A obsessão por checar redes sociais ou e-mail ainda não é configurada como doença, mas não deixa de ser um problema. Vamos saber mais!

Por que a dependência acontece?

Especialistas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) acreditam que a sensação de prazer despertada nos usuários é uma das possíveis explicações para o vício em internet.

Usando dados de uma pesquisa feita na Universidade de Harvard, eles explicam que falar de si mesmo gera um prazer equivalente a se alimentar, ganhar dinheiro ou fazer sexo. Enquanto, em uma conversa normal, você tende a falar de si mesmo 30% do tempo, nas redes sociais, isso pode chegar a acontecer em 90% do tempo.

Por aí, já é possível entender que a forma obsessiva de lidar com a internet pode mexer fundo com as emoções. Por conta de uma grande liberação de dopamina, endorfina, ocitocina e serotonina (hormônios ligados ao prazer), esse comportamento gera um mecanismo de recompensa no cérebro, causando o vício em internet.

Os riscos de vício em internet

Um artigo publicado em 2013 no periódico britânico PLoS One já pedia atenção para os riscos do hábito de passar muitas horas na internet. De acordo com os pesquisadores, o vício em internet, assim como a dependência de drogas, está associado a alterações de humor, maior risco de depressão e sinais de abstinência.

Enquanto isso, professores no Canadá perceberam um aumento de distração e sono e uma queda de foco e interações sociais nos intervalos das aulas entre os alunos que estavam sempre diante do celular.

E não para por aí. Em 2017, uma psicóloga americana constatou que jovens que passam três horas ou mais por dia nas redes sociais são 35% mais suscetíveis a ficarem deprimidos e cometerem suicídio, do que quem passa menos de uma hora diária fazendo a mesma coisa. Os que passam cinco horas diárias ou mais atingem o potencial de 71%. A coisa é realmente séria!

Os especialistas da ABP explicam que o vício em internet vira um problema quando essa passa a ser uma fonte exclusiva de prazer. Nessa condição, o sistema de recompensa e a medida de aceitação e sucesso da pessoa passam a ser ativados pelo reconhecimento virtual nas redes sociais.

5 sinais de que você pode ter vício em internet

De acordo com especialistas do Instituto Delete, uma empresa dedicada a orientar pessoas sobre o uso consciente das tecnologias, o vício em internet não está diretamente relacionado ao tempo de conexão, mas à forma como afeta a vida real.

Eles listam 5 sinais de que você pode ter perdido o controle:

  1. Usa a internet como tentativa de esquecer problemas pessoais. O primeiro indício normalmente é mascarado com a falsa sensação de satisfação de usar a tecnologia;
  2. Dá à internet uma relevância maior do que ela tem, sentindo necessidade constante de se conectar e usar dispositivos. Seu pensamento fica focado nessa necessidade, deixando que a tecnologia assuma lentamente o comando da sua vida;
  3. O tempo dedicado à internet aumenta ao mesmo tempo em que o nível de controle diminui. Você passa a gastar cada vez mais horas para se sentir satisfeito e passa a substituir os programas reais do dia por maior tempo on-line;
  4. Quando não está conectado ou não consegue usar certos dispositivos ou aplicativos, você fica irritado, ansioso e com medo. É aí que podem acontecer alterações no padrão do sono ou alimentação e, ainda, os sinais de depressão;
  5. Quando o uso excessivo compromete as relações na vida real. Esse é o momento que o vício em internet fica evidenciado. Você se sente incapaz de reduzir ou parar, podendo comprometer a educação, o desempenho profissional e também as relações sociais.

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