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Compare sete ácidos e escolha o melhor para a sua pele

Ácido retinoico trata acne e fotoenvelhecimento e ácido azelaico pode ser usado por gestantes

Antigamente os ácidos eram exclusividade de cremes e loções manipulados a pedido do médico. Mas hoje, eles se popularizaram e fazem parte da composição de muitos cosméticos. O principal motivo para a ampliação do emprego dessas substâncias está, principalmente, na eficiência em um grande leque de ações: há ácidos ótimos para clarear manchas, outros são excelentes em amenizar cicatrizes, alguns ainda combatem acne, diminuem rugas e até estrias. No entanto, a única semelhança entre eles é o pH inferior a sete, que caracteriza as substâncias ácidas, e a irritação que causam na pele. As propriedades variam entre eles.

O uso – em cremes ou peelings – deve ser sempre feito com a recomendação do médico, mesmo em cosméticos. O motivo é que, em geral, por sensibilizar a pele para conseguir o efeito, os ácidos pedem cuidados especiais. Os principais são evitar a exposição solar, utilizar sempre protetor solar com FPS 30 ou maior e investir em produtos que hidratem e acalmem a pele. A seguir você confere uma lista com sete ácidos para o uso na pele. Descubra qual deles se encaixa as necessidades da sua pele.

Ácido salicílico

O ácido salicílico é muito utilizado pela sua ação queratolítica, ou seja, ele é capaz de romper ligações queratínicas da pele, levando a seu afinamento e aliviando cicatrizes e rugosidades. Por seu efeito esfoliante, ele também é coadjuvante no tratamento da acne, dermatite seborreica – doença que causa vermelhidão e descamação da pele e, que quando afeta o couro cabeludo, é chamada de caspa -, além de doenças que causem com espessamento da pele, como a psoríase.

O ácido salicílico pode ser encontrado em dermocosméticos em concentrações de 0,5 a 3%, em cosméticos manipulados e prescritos pelo médico em diversas concentrações e utilizado em consultório para peelings químicos até 35%.

O peeling com ácido salicílico gera ardor leve na aplicação, mas é bastante seguro para qualquer tipo de pele. “Como qualquer substância irritativa, o uso do ácido salicílico deve ser monitorado para evitar traumatizar a pele”, recomenda o dermatologista Ricardo Limongi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Deve-se monitorar também a associação com outros produtos irritantes”.

Cuidados: Por afinar a pele, o ácido salicílico torna-a mais suscetível aos danos causados pela radiação ultravioleta. Por isso, recomenda-se usar protetor solar e evitar exposição ao sol. O ácido salicílico também promove ressecamento da pele e deve ser evitado em pessoas de pele seca.

Ácido azelaico

“O ácido azelaico é muito utilizado para o tratamento da acne, principalmente por suas propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias”, explica Ricardo Limongi. “Além disso, essa substância também é despigmentante, ou seja, clareia manchas, o que o torna uma ótima recomendação para as acnes que deixam a pele manchada”.

“O ácido azelaico está na lista de substâncias não teratogênicas, ou seja, é seguro para uso em gestantes e mulheres que estejam amamentando, pois não causará nenhuma alteração ao desenvolvimento do feto”, explica o profissional. Ele é usado em concentrações de 15 ou 20% e é seguro para qualquer tipo de pele. Durante a aplicação pode haver dor, ardor e coceira, mas são sintomas leves. Ele só está disponível para o uso em fórmulas manipuladas prescritas pelo médico. Por ter baixa potência, ele não é um bom agente para peelings.

Cuidados: não exige cuidados especiais além de proteção solar, com FPS mínimo de 30 e reaplicação de duas em duas horas.

Ácido retinoico

“O ácido retinóico (ou tretinoína ou vitamina A ácida) é considerado padrão ouro no tratamento da acne grau 1 – que apresentam-se como cravos inflamados – e do fotoenvelhecimento, com evidências científicas muito sólidas de sua eficácia”, explica Ricardo Limongi. “Por suas propriedades de afinar a pele e por aumentar a renovação celular, pode realmente produzir resultados terapêuticos espetaculares”.

Por causar danos ao feto durante a gestação, o ácido retinoico é um medicamento exclusivo para receituário médico, encontrado em produtos em concentrações desde 0,01 até 0,1%. Pode ser preparado em formulações manipuladas receitadas pelo especialista nas mais diversas concentrações e utilizado no consultório para peelings químicos até 5%.

O peeling com ácido retinóico é praticamente indolor e tem ótima aceitabilidade pelos pacientes. “Ele pode ser combinado com peelings físicos, como o de cristal e o de diamante, e até mesmo com outros procedimentos como a terapia com luz intensa pulsada, que multiplica seu efeito despigmentante”, explica Ricardo Limongi.

Cuidados: Como qualquer substância irritativa, o uso do ácido retinóico deve ser monitorado para evitar traumas à pele. Deve-se monitorar também a associação com outros produtos também irritantes. Pelo seu efeito de afinar a pele, torna-a mais suscetível aos danos causados pela radiação ultravioleta. Recomenda-se evitar exposição excessiva ao sol.

Ácido glicólico

O ácido glicólico também diminui o espessamento da pele, e é muito utilizado no tratamento do fotoenvelhecimento, acne e estrias. É uma alternativa menos irritante ao ácido retinoico. Pode ser encontrado em dermocosméticos em concentrações de 2 a 20%, preparado em formulações manipuladas nas mais diversas concentrações ou utilizado no consultório para peelings químicos até 70%.

Outra vantagem dessa substância é aumentar a absorção de outros ativos associados na composição, no caso dos cosméticos.

“O peeling com ácido glicólico gera ardor variável, pode ser combinado com outros ácidos, mas sua profundidade pode ser imprevisível, exigindo certa experiência do médico que o aplica”, explica Ricardo Limongi.

Cuidados: como qualquer substância irritativa, o uso do ácido glicólico deve ser monitorado para evitar traumatizar a pele. Deve-se monitorar também a associação com outros produtos também irritantes. Pelo seu efeito de afinar a pele, torna-a mais suscetível aos danos causados pela radiação ultravioleta. Recomenda-se evitar exposição excessiva ao sol e usar protetor solar com FPS mínimo de 30.

Ácido mandélico

O ácido mandélico é encontrado em dermocosméticos, também pode ser preparado em formulações manipuladas e, mais raramente, utilizado para realização de peeling químicos em consultório. “Sua principal ação é despigmentante: é indicado essencialmente no tratamento do melasma, isolado ou associado a outras substâncias com a mesma ação”, explica Ricardo Limongi. “É menos eficaz que o glicólico, por isso menos utilizado e indicado essencialmente para pacientes que não toleram bem o glicólico”.

Cuidados: como qualquer substância irritativa, o uso do ácido mandélico deve ser monitorado para evitar traumatizar a pele. Deve-se monitorar também a associação com outros produtos também irritantes. Pelo seu efeito de afinar a pele, torna-a mais suscetível aos danos causados pela radiação ultravioleta. Recomenda-se evitar exposição excessiva ao sol e uso de protetor solar com FPS mínimo de 30.

Ácido kojico

O ácido kójico é derivado de fungos como Aspergillus e Penicillium e usado também como conservante alimentar para impedir o escurecimento e o apodrecimento de morangos. “Sua ação é de um despigmentante natural, eficiente e seguro, que age sobre a pele inibindo a ação e a produção da melanina, substância que causa, além do bronzeado, as manchas”, explica a dermatologista Carolina Marçon, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“O ácido kójico pode ser encontrado na forma de cremes, géis, emulsões e loções aquosas”, explica a dermatologista. “Alguns produtos têm o composto como principal princípio ativo e outros possuem formulações combinadas com ácido glicólico e vitamina C, por exemplo”.

A grande vantagem desse ácido é que pode ser utilizado em loções e cremes clareadores para uso diurno, pois não provoca irritações ou manchas, mesmo ocorrendo a exposição solar. Além disso, tem ação antioxidante, ajudando no combate aos radicais livres e atuando na prevenção do envelhecimento cutâneo.

A concentração utilizada é de 1 a 4%, e é muitas vezes mais efetivo na combinação com outros agentes. “Apesar de ser considerado um clareador menos potente do que a hidroquinona – ingrediente ativo mais prescrito pelos médicos dermatologistas para tratar manchas na pele – o ácido kójico não demora muito para apresentar os primeiros resultados”, explica Carolina Marçon.

Cuidados: mesmo não causando irritação, é sempre importante utilizar o protetor solar com FPS de pelo menos 30 e reaplica-lo de duas em duas horas. Gestantes podem usar o ácido kojico, mas sempre com orientação e supervisão médica.

Ácido hialurônico

O ácido hialurônico é chamado quimicamente de glicosaminoglicana, um dos componentes de preenchimento natural da pele. “Ele faz parte do fluido que fica entre as células, que preenche o tecido”, explica o dermatologista Ricardo. O ácido hialurônico de uso estético é produzido em laboratório a partir de fermentação bacteriana.

O ácido hialurônico pode ser usado de três maneiras diferentes: em cosméticos, no preenchimento facial e como uma hidratação injetável.

Nos cosméticos, sua principal ação é hidratante. “Eles ficam, em geral, na parte de perfumaria das farmácias, mas o mais recomendado é que você consulte o dermatologista antes de usar esse produto”, explica Ricardo Limongi. O ácido hialurônico age atraindo moléculas de água para perto dele, daí a ação hidratante, no entanto, para que ele faça efeito, é necessário que suas moléculas sejam de baixo peso molecular e, então, capazes de atravessar a barreira da pele (cheque o rótulo para saber).

No caso do preenchimento facial com ácido hialurônico completa o espaço entre as células e, em função da sua capacidade de atrair água para o local em que foi aplicado, ele melhora não só as rugas como também a hidratação da pele.

No caso da hidratação injetável, o ácido hialurônico melhora a vitalidade e o brilho da pele. O procedimento é feito em consultório e são realizadas de três a cinco sessões com intervalos de duas a três semanas. A durabilidade é de cerca de três meses. A dor refere-se apenas à picada da agulha. Atenção: a necessidade de hidratação em casa diminui, mas uso de hidratante tópico não está dispensado.

Cuidados: qualquer dos tratamentos possíveis com ácido hialurônico deve ser acompanhado de proteção solar com FPS mínimo de 30 com reaplicação de duas em duas horas.

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