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Acne grau 1: saiba identificar o estágio menos severo da doença

Ela incomoda e é motivo de desespero para muitas pessoas. No entanto, nem sempre a acne é tão severa quanto parece. Existem muitos graus dessa doença, definidos pela literatura médica, que dependem de como ela se manifesta. São cinco ao todo, sendo o primeiro deles o menos agressivo.

A dermatologista Solange Teixeira, da Unifesp, explica que a acne é uma patologia originada na glândula sebácea, estrutura da pele responsável pela produção da oleosidade natural. A doença surge quando há uma hiperqueratinização da pele, ou seja, ela fica mais espessa, deixando o folículo sebáceo (outra estrutura da pele) mais estreito. Com isso, o material produzido pela glândula não consegue sair debaixo da pele e fica acumulado. Outro motivo é a produção exagerada de sebo pelas glândulas sebáceas.

Se você tem acne, perceba que, ao esticar a pele, existem algumas “bolinhas” aparentes, mas ainda assim debaixo da pele. São os comedões ou cravos fechados – ou seja, o material produzido pela glândula que não conseguiu sair para a camada mais externa da pele, a epiderme. Outras vezes, esse material se condensa e acaba dilatando o poro e aparecendo do lado de fora da pele. Esses são os comedões abertos.

Grau 1: livre de inflamações

No caso do grau 1, esses cravos não são inflamados – e essa é a principal característica que define esse nível: a ausência da inflamação, seja nos cravos abertos ou fechados. Os portadores apresentam poucas espinhas, ou seja, raramente os comedões inflamam. “Pode até ocorrer uma pequena pápula ou pústula, mas é rara neste grau”, conta Solange.

Ao contrário do que se pode pensar, não é a quantidade que definirá o grau acneico. O que ela indica são subníveis do mesmo grau. Pessoas com grau 1 leve, por exemplo, contam com poucos comedões. Já no grau 1 moderado, há uma quantidade maior, mas não tanto quanto no nível severo, onde a presença de cravos é grande.

Cravos do grau, em geral, podem aparecer em várias partes do corpo – onde as glândulas sebáceas são maiores, como é o caso do rosto. Embora a face seja o local mais comum, diz Solange, há pacientes que também apresentam comedões no dorso e no peito.

Tratamentos para o primeiro grau

O tratamento desse grau de acne é mais simples, visto que não apresenta inflamações. Segundo a dermatologista da Unifesp, os cuidados são meramente locais e raramente se estendem a medicações via oral.

O médico geralmente receita medicamentos de uso tópico (na própria pele), que irão diminuir a formação excessiva de queratina que, como vimos, é uma das responsáveis pelo surgimento da acne. Eles são compostos por retinoides, o que inclui o ácido retinoico e salicílico, adapaleno e enxofre, além de ácido azelaico, ácido glicólico, isotretinoína e peróxido de benzoíla. Também existem os tratamentos com peelings, que removem a camada superficial da pele, e as clássicas limpezas de pele, onde um profissional remove os cravos de maneira a não deixar cicatrizes.

Entre os lasers, Solange cita o chamado Isolaz, que realiza uma sucção na pele, ajudando na remoção dos cravos. Além disso, a sua luz ajuda a esterilizar a área, o que também é muito útil em caso de inflamação dos comedões. A dermatologista indica o laser quando os cravos são abundantes.

Em casos em que a acne resiste, mesmo com o tratamento tópico, ou quando a pele começa a formar cicatrizes, a dermatologista costuma indicar uma medicação oral, como o Roacutan (cujo nome científico é isotretinoína oral). No entanto, seu uso deve ser indicado apenas por um dermatologista, após uma bateria de exames. O cuidado se deve ao fato de que essa medicação está associada a diversos efeitos colaterais, o que inclui aumento do colesterol e fadiga muscular, e pode ser até teratogênica, ou seja, causar má formação do feto se usada por uma grávida. Por isso, entre os exames feitos antes da recomendação médica, podemos encontrar colesterol, triglicérides, função hepática e gravidez.

Cuidados diários

Além dos tratamentos, o segredo para diminuir e até mesmo se livrar dos comedões são os cuidados diários. Lave o rosto de manhã e à noite com um sabonete que, geralmente, é indicado pelo próprio dermatologista. Ele removerá as impurezas, como maquiagem e poeira, e controlará a oleosidade. Depois, caso sua pele seja muito oleosa, a dupla de dermatologistas aconselham um tônico adstringente, como um com peróxido de benzoíla, que limpará a pele mais profundamente.

Para finalizar, o protetor solar dispensa hidratantes. Alguns já possuem ação queratolítica, ou seja, diminuem a produção de queratina, para que os poros tenham mais dificuldade de entupir. O protetor não poderá ser muito espesso nem oleoso, sendo aconselhados os livres de óleo ou em forma de gel.

A esfoliação varia de pessoa para pessoa, mas, em geral, pode ser feita de uma a três vezes por semana, dependendo da severidade da acne. Ela, tampouco, deve ser agressiva, devendo ser feita com delicadeza. “Hoje existem sabonetes esfoliantes com os grãos pequenos e regulares, que não machucam a pele”, indica a especialista.

Outra medida importante é não lavar o rosto com água quente. Embora esse hábito reduza a oleosidade natural, isso só acontece temporariamente. Depois, explica Solange, existe o chamado efeito rebote. Nele, organismo entende que a pele está muito seca e passa a produzir mais gordura, piorando a situação. Por isso, a oleosidade natural da pele deve ser equilibrada.

Se você é adepto da maquiagem, também deve tomar cuidado. Se ela for comedogênica, ou seja, facilitar a formação de comedões por meio do entupimento dos poros, poderá piorar o quadro. Além disso, a remoção da maquiagem deve ser muito bem feita, para não atenuar a obstrução dos poros. E nem pense em estourar seus cravinhos sozinho! Segundo a dermatologista, isso poderá agravar o quadro da doença, podendo fazer um cravo inflamar, deixar cicatrizes, e aumentar as chances de uma acne grau 1 evoluir para um grau mais severo.

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