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Perfume falso pode trazer riscos à saúde
O perfume é novo, mas… a dor de cabeça, enjoo, coceira ou tontura te pegaram de jeito? Cuidado. Pode ser o perfume que você está usando. Isso mesmo. O perfume é um produto químico e, como tal, pode causar malefícios para algumas pessoas mais sensíveis. “Não é todo mundo que se adapta a um perfume. A fragrância, cor, aroma e fixação variam de pessoa para pessoa de acordo com a sensibilidade da pele”, ensina a farmacêutica Vânia Rodrigues Leite, da Unifesp. Mas, se isso já acontece se o perfume é genuíno, imagine o que aqueles perfumes falsificados podem fazer com a sua saúde?
Não é difícil, ao sair para um passeio nas ruas de comércio, encontrar alguma barraquinha vendendo perfumes com os logotipos das marcas tradicionais com preços tentadores. Antes de levar um desses para casa e tirar a prova do barato que sai caro, o melhor é pensar duas vezes. Isso porque a grande maioria desses produtos são feitos sem nenhum critério de segurança e vigilância sanitária e, por isso, podem conter elementos tóxicos que fazem mal para a pele e para a saúde.
“É fácil sofrer com uma compra ruim, já que os perfumes ficam com a mesma fragrância do original. A diferença é que esses produtos não passam por nenhum controle de qualidade e circulam sem qualquer aprovação do Ministério da Saúde”, diz Vânia Leite.
O que tem aí?
Segundo a farmacêutica da Unifesp, é preciso diferenciar um perfume falso de um perfume ?genérico?, aqueles que apresentam fragrância semelhante ao original. No entanto, esses produtos são garantidos pelos produtores e são chamados de perfumes contratipos. Existem empresas confiáveis e tradicionais que se dedicam a vender perfumes com cheiros parecidos ao do original. “Isso se deve à formulação da essência. Ela pode ter uma fragrância semelhante, mas a concentração usada é menor e por isso evapora da pele em um período menor de tempo”, explica Vânia.
Os perfumes contratipos são boas opções para quem não podem pagar por um perfume de grife, pois têm um custo bem menor e passam por um controle de qualidade. Eles são geralmente feitos no Brasil e, por isso, o preço não é tão alto quanto os dos perfumes importados, que além de ter matéria prima especial, conta com os impostos de importação e de exportação.
Dá para sentir a diferença entre os perfumes falsos e os contratipos na pele, literalmente.”No primeiro momento, os perfumes “piratas” podem ser até parecidos, mas não têm a mesma duração e o cheiro vai se modificando ao longo do tempo, diferente dos originais”, diz a dermatologista Flávia Addor, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Falso ou verdadeiro?
A especialista Vânia Rodrigues Leite nos ensina que o primeiro ponto a ser observado nesses produtos falsos são os locais de armazenagem. “Geralmente eles ficam na rua, expostos ao sol e a chuva. Essas condições por si só já degradam o produto, alteram a cor e o cheiro. Por isso é muito importante se atentar ao local de armazenamento dos produtos, bem como o material das embalagens”, indica a farmacêutica.
Já a dermatologista Flávia Addor explica que é preciso verificar os detalhes na hora de comprar um perfume. “Às vezes, esses produtos são muito difíceis de diferenciar, mas de modo geral, os falsificados têm pequenas diferenças nos rótulos ou não tem nenhum tipo de lacre nas tampas, pois, muitos falsificadores também utilizam as embalagens originais.”
Sua pele dá sinais
A especialista da Unifesp acredita que o maior problema do uso de perfumes falsificados é a falta de controle de qualidade na fabricação no controle microbiológico e físico-químico, podendo originar uma formulação que contenha metais pesados e substâncias tóxicas.
“Irritações, alergia, vermelhidão e manchas na pele, além de espirros, coceiras são alguns dos sintomas que os produtos de má-qualidade podem provocar. Apesar de existirem pessoas que não sofrem qualquer tipo de reação, o cuidado de evitar uma substância tóxica deve existir”, alerta a Vânia. Além disso, muitos fabricantes caseiros, com o objetivo de diminuir os custos de produção, utilizam álcool combustível na fórmula (o mesmo usado para veículos!), que é mais barato comparado ao álcool desnaturado (usado por produtores oficiais). Só que esse álcool combustível contém metanol, substância extremamente tóxica e que pode provocar até cegueira se for usado por muito tempo.
Agora você já sabe. Da próxima vez que você for comprar um cosmético, em especial um perfume, é muito importante avaliar se a vantagem que você terá no bolso corresponderá ao seu bem-estar. Gastar um pouco mais com um produto garantido pelo fornecedor, com um produto feito por empresas idôneas pode ser muito melhor quando pensarmos nos cuidados com nosso corpo.
Para cuidar bem dos seus perfumes
Não são só os perfumes de procedência duvidosa que podem causar dores de cabeça, irritações e alergias. Os produtos armazenados indevidamente também podem sofrer alterações que provocam o aparecimento de substâncias prejudiciais.
Um perfume dura, em média, dois anos. “A data de validade significa que dentro daquele prazo as características do produto são garantidas pelo produtor. Depois da data, pode ser que haja mudança de cor e fragrância”, alerta Vânia, que completa: “O local onde você guarda o perfume pode influenciar na mudança das características do produto também. Guardar no banheiro, por exemplo, pode fazer o perfume oxidar, por causa da umidade. O ideal é protegê-los num lugar seco, fresco e longe da luz, de preferência dentro da caixa.” Outra dica valiosa: se você não sabe mais a data de validade do seu perfume, é só pegar o número do lote, que sempre vem anotado no frasco, e entrar em contato com o fornecedor.
Farmacêutico
Licenciado em Farmácia pela Universidade Paulista – UNIP – 2018
Profissional com 14 anos de Experiência em Farmácia de Manipulação,
após formação atuante como Responsável Técnico, com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.89527
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