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Você sabia que certos alimentos podem interferir no efeito de medicamentos? A interação entre os dois pode ocorrer de diferentes maneiras, incluindo alterações na absorção, metabolismo ou excreção dos remédios.
Por isso, sabendo da importância deste assunto, o Blog da UnicPharma separou uma lista, a fim de deixar você atentos aos alimentos que “cortam” os efeitos de medicamentos! Acompanhe a seguir!
Como os alimentos alteram o efeito dos medicamentos?
Existem três formas na qual os alimentos podem alterar/interferir no efeito dos remédios. São eles:
- Absorção: Alguns alimentos podem afetar a absorção de certos medicamentos no trato gastrointestinal. Por exemplo, a ingestão de alimentos ricos em fibras pode retardar a absorção de certos remédios, enquanto alimentos ricos em gordura podem aumentar a absorção de certos medicamentos lipossolúveis;
- Excreção: Alguns alimentos podem afetar a excreção dos medicamentos pelos rins. Por exemplo, alimentos que alteram a acidez da urina podem afetar a eliminação de certos remédiosque são excretados principalmente pelos rins;
- Metabolismo: Alguns alimentos podem influenciar o metabolismo dos medicamentos no fígado. Alguns alimentos podem induzir ou inibir as enzimas hepáticas responsáveis pelo metabolismo dos remédios, o que pode resultar em níveis mais altos ou mais baixos desses no organismo.
Além disso, existem também alimentos que interagem diretamente com certos medicamentos, causando efeitos colaterais indesejados ou reduzindo sua eficácia. Por exemplo, alguns alimentos ricos em vitamina K podem interferir na ação de remédios anticoagulantes, enquanto o consumo de toranja (grapefruit) pode afetar a metabolização de vários medicamentos.
Mas quais são os alimentos?
Abaixo, então, listamos alguns dos principais alimentos que interferem no efeito dos remédios. Confira a seguir:
Leite
O leite não corta necessariamente o efeito de todos, mas pode interferir na absorção de certos tipos de medicamentos. O principal motivo é que o leite contém cálcio, que pode formar complexos insolúveis com certos compostos presentes nos remédios, reduzindo assim sua absorção pelo organismo.
Alguns que podem ser afetados pela ingestão de leite incluem os antibióticos da classe das tetraciclinas (como a doxiciclina e a tetraciclina) e alguns remédios para osteoporose, como os bifosfonatos (por exemplo, alendronato e risedronato). Esses medicamentos podem se ligar ao cálcio presente no leite e formar complexos que são mal absorvidos pelo trato gastrointestinal.
Portanto, para garantir uma absorção adequada desses remédios, é recomendado que sejam tomados em um intervalo de tempo separado da ingestão de alimentos lácteos, como leite, queijo ou iogurte. Geralmente, é sugerido aguardar pelo menos duas horas antes ou depois de consumir leite ou produtos lácteos antes de tomar esses medicamentos. Dessa forma, é possível minimizar a interação e garantir que o medicamento seja absorvido corretamente.
Chocolate amargo
O chocolate amargo contém substâncias chamadas metilxantinas, como a cafeína e a teobromina, que podem potencialmente interagir com alguns medicamentos. Essas interações podem ocorrer devido aos efeitos estimulantes dessas substâncias no sistema nervoso central e no sistema cardiovascular.
A cafeína, presente em quantidades significativas no chocolate amargo, pode ter efeitos estimulantes e aumentar a frequência cardíaca, a pressão arterial e a atividade do sistema nervoso central. Alguns medicamentos também podem ter esses efeitos, e a combinação com a cafeína presente no chocolate amargo pode levar a um aumento desses efeitos.
Além disso, a cafeína pode interferir na absorção de certos remédios, reduzindo sua eficácia. Por exemplo, a cafeína pode diminuir a absorção de medicamentos para enxaqueca que contêm ergotamina.
No caso da teobromina, ela também pode ter efeitos estimulantes no sistema nervoso central e no sistema cardiovascular. Embora em menor quantidade do que a cafeína, a teobromina ainda pode contribuir para as interações entre o chocolate amargo e certos remédios.
Toranja
A toranja contém compostos chamados furanocumarinas, que inibem uma enzima específica chamada citocromo P450 3A4 (CYP3A4). Essa enzima é responsável pela metabolização de muitos medicamentos no organismo. Quando a atividade da enzima CYP3A4 acaba sendo inibida pela toranja, ocorre uma diminuição na quebra dos remédios. Isso resulta em níveis mais altos do medicamento no organismo do que o esperado.
Essa interação pode ser problemática, pois níveis mais elevados de certos medicamentos podem aumentar o risco de efeitos colaterais graves ou tóxicos. Além disso, em alguns casos, a falta de metabolização adequada dos remédios devido à interação com a toranja pode levar à redução da eficácia do tratamento.
É importante ressaltar que nem todos os medicamentos são afetados pela toranja. No entanto, alguns exemplos comuns de remédios que podem interagir com a toranja incluem certos produtos para pressão arterial (como felodipina e nifedipina), alguns para colesterol (como sinvastatina e atorvastatina) e outros imunossupressores (como ciclosporina).
Vitamina K
A vitamina K pode interferir no efeito de certos medicamentos, principalmente aqueles chamados de anticoagulantes orais, como a varfarina (ou warfarina). A varfarina é um medicamento comumente prescrito para reduzir a coagulação sanguínea e prevenir a formação de coágulos indesejados.
A vitamina K desempenha um papel crucial na coagulação sanguínea, pois é necessária para a produção de proteínas de coagulação. Quando se consome alimentos ricos em vitamina K, como vegetais de folhas verdes escuras (espinafre, couve, brócolis, entre outros) e óleos vegetais, pode haver um aumento na ingestão de vitamina K, o que pode interferir no efeito da varfarina.
A varfarina funciona inibindo a atividade da vitamina K, reduzindo assim a capacidade do organismo de formar coágulos sanguíneos. Portanto, quando há um aumento significativo na ingestão de vitamina K, a varfarina pode ter seu efeito anticoagulante reduzido, aumentando potencialmente o risco de formação de coágulos sanguíneos.
Álcool
A interação entre o álcool e os medicamentos pode ter diferentes efeitos, dependendo do medicamento específico e da quantidade de álcool consumida. Em alguns casos, o álcool pode reduzir ou cortar o efeito dos remédios por:
- Efeitos colaterais aumentados: alguns medicamentos têm efeitos colaterais que são intensificados quando combinados com álcool. Por exemplo, o uso de álcool em conjunto com remédios que têm um efeito sobre o sistema nervoso central, como antidepressivos ou analgésicos opioides, pode levar a efeitos colaterais graves, incluindo sedação excessiva, depressão respiratória e risco aumentado de overdose;
- Sinergia de efeitos: alguns medicamentos têm efeitos sedativos ou depressores do sistema nervoso central, assim como o álcool. Quando esses remédios são combinados com álcool, os efeitos sedativos podem ser potencializados. Assim, levam a uma maior sonolência, tontura ou diminuição da função cognitiva;
- Irritação gastrointestinal: o álcool pode irritar o revestimento do trato gastrointestinal, aumentando a produção de ácido estomacal e afetando a absorção de alguns medicamentos. Isso pode levar a uma absorção reduzida daqueles administrados por via oral, o que pode diminuir sua eficácia;
- Metabolismo: o álcool é metabolizado no fígado por enzimas específicas. Quando o álcool e certos remédios acabam sendo metabolizados pelas mesmas enzimas hepáticas, pode ocorrer uma competição pelo metabolismo. Isso significa que o fígado pode priorizar a metabolização do álcool em vez do medicamento, resultando em níveis mais baixos do medicamento no organismo e, portanto, reduzindo sua eficácia.
Farmacêutica, Bioquímica e Nutricionista
Graduanda em farmácia estética
Pós graduação em farmácia clínica e atenção Farmacêutica
Pós graduação em fitoterapia clínica
Formada em nutrição
Atua como farmacêutica há mais de 10 anos no mercado
magistral, Com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.46216
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