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Você sabe o que está causando suas espinhas?

Até mesmo limpar a pele demais pode causar o problema na idade adulta

Quem nunca teve o dia estragado por uma espinha que brotou no rosto, que atire a primeira pedra. Essas bolinhas vermelhas recheadas de pus que pipocam no rosto são um verdadeiro incomodo e podem aparecer nos adolescentes e também nas mulheres após 25 anos.

As causas do aparecimento de espinhas em cada faixa etária variam. “As espinhas nas mulheres adultas normalmente têm como causa secundária os hormônios, cosméticos, medicamentos, a escoriação das lesões ou intensa exposição solar, entre outros”, considera a dermatologista Raquel Moura, especialista em estética. Já em adolescentes, a causa na maior parte das vezes é hormonal, devido às mudanças comuns da puberdade.

O local em que as espinhas aparecem também varia de acordo com a idade e a causa. “A acne do adolescente tende a ser mais intensa na testa e nas bochechas, na acne do adulto, onde a principal causa é o estresse, tende a ser mais interna e aparecer no terço inferior da face, e pode muitas vezes se manifestar no pescoço, colo e costas”, lista a dermatologista Valéria Campos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Por isso, quando falamos em espinhas na mulher adulta, descobrir a causa é fundamental para acabar de vez com o problema. Por isso, veja a seguir as principais causas e saiba como identificar a sua!

Problemas hormonais

Os hormônios interferem diretamente nas espinhas. Isso ocorre principalmente com a ação da testosterona e outros hormônios masculinos, que aumentam o estímulo das glândulas sebáceas, aumentando a oleosidade da pele. No entanto, quando a acne causada é muito grave, o desequilíbrio hormonal também pode ser preocupante. É o caso da síndrome dos ovários policísticos: “Neste quadro há ocorrência de múltiplos cistos ovarianos, aumento dos pelos do corpo, queda de cabelo, tendência a diabetes e acne, tanto pela ação de hormônios masculinos como pelo aumento da resistência à insulina por parte do corpo”, descreve a dermatologista Juliana Fávaro. Portanto, é importante sempre investigar a origem das espinhas, ainda mais se ela vem acompanhada destes outros sintomas.

Ciclo menstrual

Muitas vezes, no entanto, a influência dos hormônios nas espinhas das mulheres só é percebida durante o ciclo menstrual! Mas nesses casos a culpa é de um outro hormônio. “No período pré-menstrual há uma tendência ao aumento das lesões, e a principal responsável é a progesterona. Nesses casos, é importante fazer um tratamento para evitar essa piora”, explica a dermatologista Valéria Campos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

De modo geral, o tratamento envolve anticoncepcionais antiandrogênicos, que normalmente trazem resultados muito bons, por reduzirem também a testosterona, outra causadora do problema. Mas nem todo anticoncepcional age dessa forma, portanto o ideal é procurar um dermatologista ou ginecologista, para que o tiro não saia pela culatra. “Alguns métodos, como os injetáveis, podem levar a piora da acne”, ressalta a dermatologista Raquel Moura.

Genética

Estudos mostram que se alguém da sua família tem espinhas na idade adulta, as chances de você as ter também as ter são um terço maiores, indica Valéria Campos. Até porque a pele oleosa está ligada à herança familiar, e essa característica aumenta as chances de se ter espinhas, devido ao possível bloqueio dos poros da pele pelo sebo. O fator genético, portanto, é poderoso nessa questão, apesar de as causas secundárias do problema nem sempre estarem relacionadas a hereditariedade, como veremos a seguir.

Estresse

Nem todo estressado terá espinhas… No entanto, muitas pessoas apresentam mais espinhas quando o estresse está instalado, principalmente em que já tem tendência a ter acne! Isso ocorre também devido a um mecanismo hormonal, embora ele seja um pouco diferente: “Há a produção de hormônio de liberação da corticotropina, que é acionado especialmente em situações de estresse e age nas células sebáceas, induzindo a um aumento na síntese de sebo, que pode levar ao aparecimento de espinhas”, descreve Raquel Moura. Além disso, o estresse reduz a imunidade, o que favorece a proliferação de bactérias, que também estão ligadas ao surgimento do problema!

Dieta

Estudos recentes estão cada vez mais relacionado o alto consumo de açúcar com o aparecimento de espinhas. “Isso ocorre provavelmente porque o excesso de glicose proveniente dele desequilibra a produção de insulina, que, por sua vez, causa uma inflamação celular que aumenta a produção de sebo pelas glândulas sebáceas”, considera Juliana Fávaro. Portanto, reduza o consumo de itens com alto índice glicêmico, como arroz branco, alimentos feitos com farinha de trigo refinada, leite desnatado e açúcar, e prefira alimentos integrais, frutas e verduras que contém mais fibras.

Já os alimentos gordurosos não são necessariamente vilões nesse caso! “Não há estudos que comprovem a influência de alimentos gordurosos nas espinhas, porém é notório em minha experiência de consultório casos de pacientes em que há um excesso que ocorre essa relação”, ressalta Valéria. De qualquer modo, a indicação da especialista é evitar consumir itens que pareçam provocar espinhas.

Poluição

Viver em locais mais poluídos aumenta a obstrução dos poros em quem já tem a pele oleosa. “Nesses casos, é importante lavar bem a pele com produtos indicados pelo seu dermatologista e fazer limpeza de pele com um bom profissional, pois se for mal feita pode piorar o processo”, explica a dermatologista Juliana. Além disso, pessoas que vivem em regiões mais poluídas, como as cidades grandes, tem uma maior propensão a comer mal e serem estressadas, o que contribui mais ainda para o aparecimento de espinhas.

Limpar a pele demais

Nem sempre é melhor pecar pelo excesso! Higienizar o rosto é fundamental para ter uma pele bonita e livre de espinhas, mas lavar demais e abusar da esfoliação causa um efeito rebote: “a remoção repetida da oleosidade faz com que o organismo sinta como se houvesse um agressor externo acabando com o sebo protetor, estimulado a hipersecreção e piora da oleosidade”, alerta Valéria Campos. Para a dermatologista Raquel Moura, o mais indicado é fazer a limpeza no máximo três vezes ao dia e com produtos adequados, indicados pelo dermatologista de acordo com seu tipo de pele.

Não tirar a maquiagem corretamente

Existe um tipo específico de acne chamada cosmética, que ocorre justamente pelo excesso de resíduos de maquiagem na pele. Mas isso não significa que não se deve usar maquiagem, só escolha o tipo certo: “é importante que a base seja oil-free (livre de óleo). Também existem maquiagens especificas para prevenir e até tratar a acne, mas só compre com orientação do seu dermatologista”, considera Juliana Fávaro. A retirada da maquiagem também é um passo fundamental e deve ser feita todos os dias em que os produtos forem usados. Prefira demaquilantes sem óleo para a pele, e lave o rosto com água e sabão.

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