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Consumo de álcool eleva risco de AVC, aponta estudo

Pesquisa afirma que isso acontece mesmo com consumo moderado

Você já deve ter ouvido falar que uma taça de vinho por dia faz bem para o coração, certo? Estudos anteriores já sugeriram que pequenas doses moderadas de álcool poderiam proteger contra doenças cardiovasculares.

No entanto, um novo estudo publicado em abril de 2019 na The Lancet, uma revista científica sobre medicina reconhecida mundialmente, afirma que essas constatações não estão corretas. E que, na verdade, o álcool em qualquer quantidade eleva os riscos de um AVC (derrame).

Como foi realizado?

A pesquisa foi realizada conjuntamente pela Universidade de Oxford, Universidade de Pequim e a Academia Chinesa de Ciências Médicas somente com a população do leste da china, que possui uma combinação de genes que não permite que eles bebam.

Inclusive, faz com que muitas pessoas dessa região tenham reações físicas desagradáveis ao consumo de álcool. A média é de que um a cada três homens e a maior parte das mulheres não consome álcool.

Dessa maneira, os pesquisadores conseguiram realmente comparar os resultados de saúde dos chineses que bebem e dos que nunca bebem, avaliando o perfil genético. E afirmam que os efeitos diretos do álcool ficaram muito mais claros. Diferente dos demais estudos com o tema em que não se poderia confirmar se outros fatores também teriam influência.

Os registros foram realizados ao longo de 10 anos e levaram em consideração, além da genética – algo inovador para se avaliar relacionado ao álcool – os registros médicos, se havia o vício em tabaco, a quantidade de álcool que consumiam e se o indivíduo praticava exercícios regularmente.

Quais foram os resultados do estudo?

De acordo com os pesquisadores, ainda há muito que ser estudado sobre o assunto, porém agora, pelo menos, as evidências são mais claras de que o consumo moderado de álcool não protege o coração de derrames. Na verdade, o efeito seria o contrário.

Dentro do estudo, considerou-se um drink uma pequena taça de vinho, uma garrafa de cerveja ou uma dose de destilados. Os resultados confirmaram o aumento da pressão arterial com o álcool.

Assim, de forma geral, as conclusões sugerem que ingerir um ou dois drinks por dia provoca um risco de 10 a 15% maior de sofrer um AVC. Já um adicional de quatro doses todos os dias aumentaria o risco de um derrame para 35%, sem evidências de proteção para a saúde.

Ainda não se pode afirmar como o álcool aumenta as chances de um AVC e não há evidências neste estudo do risco de consumo de álcool com outras doenças cardiovasculares. Porém, pode ser considerada uma abertura inovadora para entender melhor os efeitos do álcool no corpo, mesmo com moderação.

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