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A adolescência é um período de intensas transformações físicas, emocionais e cognitivas. É uma fase em que os jovens começam a consolidar sua identidade, a experimentar novos desafios e a tomar decisões que podem impactar o restante de suas vidas.
No entanto, muitos pais, professores e até os próprios adolescentes se perguntam: por que eles tendem a ser tão impulsivos, emotivos e, às vezes, irracionais? A resposta para isso não está apenas em fatores sociais e comportamentais, mas também no desenvolvimento do cérebro.
Estudos científicos demonstram que o cérebro dos adolescentes passa por mudanças estruturais e funcionais significativas, especialmente em duas áreas: o sistema límbico e o córtex pré-frontal. Essas mudanças explicam, em grande parte, comportamentos impulsivos, tendência ao risco e variações emocionais intensas.
Diante disso, o Blog da UnicPharma separou mais informações sobre como o cérebro adolescente se transforma e de que forma essas mudanças impactam o comportamento, a tomada de decisões e o controle emocional.
O cérebro adolescente: a fábrica em construção
Diferentemente do que muitos pensam, o cérebro humano não nasce completamente desenvolvido. Na verdade, ele continua em evolução até aproximadamente os 25 anos.
Durante a adolescência, que compreende dos 10 aos 19 anos (segundo a Organização Mundial da Saúde), algumas regiões cerebrais amadurecem mais rapidamente do que outras, criando um desequilíbrio temporário na maneira como os jovens processam informações e reagem ao mundo ao seu redor.
O sistema límbico
O sistema límbico é uma das estruturas cerebrais que mais se desenvolvem durante a adolescência. Ele é responsável por processar emoções, memórias e reações instintivas, sendo fundamental para a maneira como os adolescentes experimentam e expressam sentimentos.
Dentro do sistema límbico, a amígdala tem um papel central. Essa pequena estrutura está associada a emoções como medo, raiva, prazer e excitação. Como o córtex pré-frontal – a parte do cérebro responsável pelo controle dessas emoções – ainda não está completamente maduro, os adolescentes acabam dependendo mais da amígdala para processar sentimentos e tomar decisões emocionais.
Isso explica por que muitos jovens reagem de maneira exagerada a situações que, para os adultos, pareceriam simples. Um pequeno problema pode se transformar em uma crise emocional intensa, e uma frustração pode levar a explosões de raiva ou tristeza.
O córtex pré-frontal
Se o sistema límbico é o motor das emoções, o córtex pré-frontal é o centro do raciocínio lógico, do planejamento e da tomada de decisões conscientes. Ele é responsável por funções como:
- Autocontrole
- Regulação emocional
- Pensamento crítico
- Planejamento de longo prazo
- Avaliação de riscos e consequências
No entanto, essa região do cérebro é uma das últimas a se desenvolver completamente. Durante a adolescência, o córtex pré-frontal ainda está “em construção”, tornando os jovens mais propensos a agir impulsivamente, sem avaliar completamente as consequências de suas ações.
Isso explica por que muitos adolescentes tomam decisões arriscadas, como dirigir em alta velocidade, experimentar substâncias perigosas ou se envolver em brigas. Eles não são inconsequentes por escolha, mas sim porque seu cérebro ainda não processa os riscos da mesma forma que o cérebro adulto.
A influência dos neurotransmissores: serotonina e dopamina
Outro fator que contribui para a impulsividade dos adolescentes é a forma como seus neurotransmissores – substâncias químicas que transmitem sinais entre os neurônios – funcionam nesse período da vida.
Dopamina: a busca por recompensa
A adolescência é caracterizada por um aumento significativo da dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer e à motivação. Esse aumento faz com que os jovens busquem constantemente experiências novas e emocionantes, o que pode resultar em comportamentos de risco.
Atividades como esportes radicais, jogos eletrônicos desafiadores e até interações sociais intensas ativam esse sistema de recompensa, tornando-as extremamente atraentes para os adolescentes.
No entanto, quando a busca pela dopamina não é bem equilibrada, pode levar a comportamentos compulsivos e impulsivos, como uso excessivo de redes sociais, vício em videogames ou até abuso de substâncias.
Serotonina: o impacto no humor e no comportamento
Além da dopamina, a serotonina – neurotransmissor associado ao bem-estar e à regulação do humor – também tem um papel importante no comportamento adolescente. Durante essa fase, há uma redução nos níveis de serotonina, o que pode contribuir para variações emocionais, maior agressividade e dificuldade no controle dos impulsos.
Isso explica por que adolescentes podem ser tão temperamentais, alternando entre momentos de extrema euforia e episódios de tristeza ou irritação sem uma razão aparente.
A importância do sono na regulação cerebral
O sono é fundamental para o desenvolvimento do cérebro, e os adolescentes precisam de 8 a 10 horas de sono por noite para manter um funcionamento cognitivo saudável. No entanto, muitos jovens enfrentam privação de sono devido a fatores como uso excessivo de telas, horários escolares inadequados e alterações naturais no ciclo circadiano.
A privação de sono afeta diretamente o funcionamento do córtex pré-frontal, tornando o autocontrole e a regulação emocional ainda mais difíceis. Isso pode aumentar a impulsividade e a dificuldade de concentração, prejudicando o desempenho acadêmico e as interações sociais.
Como desenvolver um controle emocional?
Embora o cérebro ainda esteja em desenvolvimento, existem maneiras de ajudar os adolescentes a fortalecer seu autocontrole e melhorar a tomada de decisões. Algumas estratégias incluem:
- Educação emocional: Ensinar os jovens a reconhecer e lidar com suas emoções de maneira saudável pode ajudá-los a evitar reações impulsivas.
- Práticas de mindfulness e meditação: Essas técnicas ajudam a aumentar a consciência sobre os próprios pensamentos e emoções, reduzindo a impulsividade.
- Exercícios físicos: A atividade física melhora a regulação da dopamina e da serotonina, promovendo o bem-estar emocional.
- Sono adequado: Criar uma rotina de sono saudável melhora o funcionamento do córtex pré-frontal.
- Ambiente seguro e apoio emocional: Um ambiente familiar e escolar acolhedor pode ajudar os adolescentes a se sentirem mais seguros para tomar decisões responsáveis.
Conclusão
A adolescência é um período de intensas mudanças cerebrais, e a impulsividade observada nos jovens não é apenas uma questão de comportamento, mas sim um reflexo do desenvolvimento neurológico. Enquanto o sistema límbico, responsável pelas emoções, amadurece rapidamente, o córtex pré-frontal – encarregado do controle racional – ainda está em formação, tornando os adolescentes mais propensos a reações impulsivas.
Além disso, a busca por recompensas, impulsionada pela dopamina, e a menor produção de serotonina contribuem para as oscilações emocionais e o desejo por experiências novas e intensas.
Compreender esse processo é essencial para que pais, educadores e a sociedade como um todo possam oferecer suporte adequado aos adolescentes, ajudando-os a desenvolver habilidades de regulação emocional e tomada de decisão consciente. Assim, em vez de apenas rotulá-los como “impulsivos”, podemos criar um ambiente mais favorável para seu crescimento e amadurecimento saudável.

Farmacêutica, Bioquímica e Nutricionista
Graduanda em farmácia estética
Pós graduação em farmácia clínica e atenção Farmacêutica
Pós graduação em fitoterapia clínica
Formada em nutrição
Atua como farmacêutica há mais de 10 anos no mercado
magistral, Com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.46216