O lipedema é uma condição médica que afeta a distribuição de gordura…

A relação entre saúde mental e doenças cardiovasculares tem sido amplamente estudada pela ciência. Um estudo recente trouxe uma descoberta preocupante: a depressão pode ser um sinal precoce de um acidente vascular cerebral (AVC).
Isso significa que sintomas depressivos podem surgir antes de um AVC ocorrer, funcionando como um possível alerta para problemas circulatórios no cérebro.
Mas como isso acontece? Quais são os mecanismos que ligam a depressão ao risco aumentado de AVC? E, mais importante, o que pode ser feito para prevenir esse cenário? Confira a seguir com o Blog da UnicPharma.
Depressão e AVC: qual a conexão
O AVC ocorre quando há uma interrupção no fluxo sanguíneo para o cérebro, podendo ser causado por um bloqueio arterial (AVC isquêmico) ou por um rompimento de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). Essa condição pode levar a sequelas graves ou até mesmo à morte.
Enquanto isso, a depressão é um transtorno psiquiátrico caracterizado por sintomas como tristeza persistente, perda de interesse, fadiga e dificuldades cognitivas.
Nos últimos anos, pesquisas vêm demonstrando que a depressão não afeta apenas a mente, mas também a saúde cardiovascular. Um dos estudos mais recentes mostrou que pacientes que apresentam sintomas depressivos podem ter um risco aumentado de sofrer um AVC nos anos seguintes.
Como a depressão pode anteceder um AVC?
Existem alguns mecanismos fisiológicos e comportamentais que explicam essa conexão:
- Inflamação crônica: A depressão está associada a um estado inflamatório crônico no organismo, que pode afetar os vasos sanguíneos. O aumento de citocinas inflamatórias pode contribuir para a formação de placas de gordura nas artérias, elevando o risco de um AVC.
- Problemas na regulação da pressão arterial: Pessoas com depressão têm maior propensão a desenvolver hipertensão arterial, um dos principais fatores de risco para AVC. O estresse crônico e os desequilíbrios hormonais associados à depressão podem impactar a regulação da pressão sanguínea.
- Alterações na coagulação do sangue: Estudos indicam que pacientes deprimidos apresentam maior atividade plaquetária, o que pode aumentar a coagulação do sangue e o risco de formação de coágulos. Esses coágulos podem bloquear artérias cerebrais e levar ao AVC isquêmico.
- Estilo de vida e fatores comportamentais: A depressão muitas vezes leva a hábitos prejudiciais à saúde, como: sedentarismo, má alimentação (rica em ultraprocessados e gorduras ruins), tabagismo e alcoolismo, assim como a falta de adesão ao tratamento de doenças pré-existentes (como hipertensão e diabetes).
- Alterações hormonais e no sistema nervoso: A depressão também afeta o sistema nervoso autônomo, reduzindo a variabilidade da frequência cardíaca e tornando o coração mais vulnerável a eventos cardiovasculares. Além disso, há desequilíbrios nos níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores que desempenham um papel na regulação da pressão arterial e da circulação sanguínea.
O que mostram os estudos sobre depressão e AVC?
Um dos estudos mais importantes sobre esse tema foi publicado na revista Neurology. Os pesquisadores acompanharam mais de 10.000 pessoas por um período de até 20 anos e observaram que aqueles que apresentavam sintomas depressivos tinham um risco maior de sofrer um AVC nos anos seguintes, mesmo após ajuste para fatores como idade, histórico familiar e estilo de vida.
Outro estudo publicado na Journal of the American Heart Association indicou que indivíduos com depressão apresentam um risco até 50% maior de sofrer um AVC em comparação com aqueles sem o transtorno.
Além disso, os pesquisadores notaram que, em muitos casos, os sintomas depressivos apareciam anos antes do AVC, sugerindo que a depressão pode ser um marcador precoce para problemas vasculares cerebrais.
Sinais de alerta: quando ficar atento?
Se a depressão pode anteceder um AVC, é fundamental ficar atento a alguns sinais de risco, especialmente se houver histórico de doenças cardiovasculares na família.
Sintomas depressivos persistentes:
- Tristeza profunda e contínua
- Falta de interesse ou prazer nas atividades
- Fadiga excessiva
- Alterações no sono (insônia ou sono excessivo)
- Dificuldades de concentração e memória
- Irritabilidade ou ansiedade elevada
Sintomas neurológicos precoces:
- Dores de cabeça frequentes e sem explicação
- Tontura e desequilíbrio
- Formigamento ou dormência em um lado do corpo
- Pequenos episódios de desorientação ou dificuldade para falar
Caso esses sintomas surjam de forma combinada e persistente, é fundamental buscar avaliação médica para investigar possíveis riscos cardiovasculares.
Como tratar a depressão?
Se a depressão pode ser um fator de risco para AVC, tratar o transtorno depressivo também pode ajudar a reduzir esse risco. Algumas estratégias incluem:
1. Tratamento psiquiátrico e terapêutico
O acompanhamento com psiquiatra e psicólogo pode ser essencial para controlar os sintomas da depressão e, consequentemente, reduzir os impactos no organismo.
2. Controle de doenças cardiovasculares
- Monitorar e controlar a pressão arterial
- Manter níveis saudáveis de colesterol e glicose
- Tratar o diabetes, caso esteja presente
3. Atividade física regular
O exercício físico ajuda tanto na melhora do humor quanto na saúde cardiovascular, reduzindo inflamações e melhorando a circulação sanguínea.
4. Alimentação anti-inflamatória
- Priorizar frutas, legumes, oleaginosas e peixes
- Reduzir processados, açúcares e gorduras ruins
- Consumir alimentos ricos em ômega-3, que protegem os vasos sanguíneos
5. Gestão do estresse e sono de qualidade
Altos níveis de estresse e privação de sono aumentam a inflamação e podem agravar tanto a depressão quanto o risco de AVC. Técnicas como meditação, mindfulness e boas práticas de higiene do sono são altamente recomendadas.
Conclusão
A ciência tem mostrado cada vez mais que a saúde mental e a saúde cardiovascular estão profundamente conectadas. A depressão não apenas impacta o bem-estar emocional, mas também pode ser um sinal precoce de riscos vasculares, aumentando as chances de um AVC.
Monitorar os sintomas depressivos e tratá-los adequadamente pode ser uma estratégia fundamental para a prevenção de doenças cerebrovasculares. Da mesma forma, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a proteger tanto o cérebro quanto o coração.
Se você ou alguém próximo apresenta sintomas depressivos persistentes, não hesite em buscar ajuda médica. Cuidar da mente é também cuidar do corpo – e pode fazer toda a diferença na prevenção de problemas graves no futuro.

Farmacêutica, Bioquímica e Nutricionista
Graduanda em farmácia estética
Pós graduação em farmácia clínica e atenção Farmacêutica
Pós graduação em fitoterapia clínica
Formada em nutrição
Atua como farmacêutica há mais de 10 anos no mercado
magistral, Com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.46216