O câncer de próstata é cercado por muitos mitos que podem levar à desinformação e a decisões equivocadas sobre a saúde masculin
Neste dia 29 de janeiro é o Dia Internacional do Hanseniano e o mês tem, além de Janeiro Branco para atenção à saúde mental, o Janeiro Roxo, que é uma maneira de alertar. A hanseníase é uma das doenças “deixadas de lado” ou negligenciadas no Brasil, afinal, o país está em 2º lugar em número de casos, atrás apenas da Índia.
Esta é uma doença infecciosa crônica e curável causa, sobretudo, lesões de pele e danos aos nervos. No passado conhecida como lepra, acreditavam se tratar de uma maldição. A hanseníase atinge 30 mil brasileiros anualmente, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Tal doença acomete, principalmente, a população pobre, sem acesso a saneamento básico, água tratada e condições de moradia adequadas.
Transmissão e sintomas da Hanseníase
Em tempos de pandemia, é preciso ainda mais ter atenção e se cuidar. A doença, transmitida pelas vias aéreas, leva o contato próximo e prolongado com pessoas contaminadas uma maior chance de se infectar. Assim, os mais pobres, com família grande e casa pequena, tem maior risco de ter a doença.
Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés. As pessoas podem ter dores locais (nas articulações, nos pés ou nos olhos), na pele (bolha, erupções, nódulos, pequena saliência, perda de cor, vermelhidão ou úlceras), sensorial (formigamento, redução na sensação de tato ou perda da sensação de temperatura), mas também é comum: deformidade física, irritação nos olhos, lesões nos nervos, perda de peso ou dificuldade em levantar o pé.
Janeiro Roxo, o tratamento ou a falta dele
O tratamento é feito por meio do uso de antibióticos. Entretanto, a escassez de medicamentos para o tratamento da doença tem sido motivo de alerta. Eis que entra a campanha Janeiro Roxo, principalmente neste dia 29 de janeiro (Dia Internacional do Hanseniano). Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a doença. A hanseníase pode ser curada com seis a 12 meses de terapia com vários medicamentos. O tratamento precoce evita deficiência.
Em entrevista ao site Brasil de Fato, a Coordenadoria Geral de Doenças em Eliminação (CGDE) do Ministério da Saúde já havia alertado para a falta de estoque dos medicamentos em 2020, decorrente de dificuldades acerca da logística do transporte. Mas, segundo Araci Pontes Aires, assessora do Departamento de Hanseníase da SBD, o fato é que não há investimento da indústria farmacêutica na elaboração de novos medicamentos.
Hanseníase, a lepra e a maldição bíblica
Para os hebreus a lepra (nome antigo e em desuso) se tratava de uma maldição, um castigo divino, citada inclusive pela bíblia. O estigma, a discriminação com a doença e com quem sofre a ação em seu corpo, se construíram pela associação do termo lepra às deformidades causadas ao paciente. Durante séculos, a regra foi uma só: discriminar os doentes e privá-los do convívio social.
A mudança de lepra para hanseníase
Em 29 de março de 1995, o então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, assinou a Lei 9.010, que diz, em seu Artigo 1º:
“O termo ‘lepra’ e seus derivados não poderão ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração centralizada e descentralizada da União e dos Estados-membros”.
Em vez de lepra, hanseníase. O termo “leproso” dá lugar a “doente de hanseníase”. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa diz que, no sentido figurativo, “leproso” é aquele cujo convívio é maléfico ou extremamente desagradável, uma pessoa perversa, ruim, que provoca repulsa, nojo. Portanto, a mudança se fazia necessária.
Jornalista com experiência rádio AM e Web, portal esportivo e pós-graduado em Jornalismo Esportivo, Eric Filardi tem pleno domínio do texto e consegue flutuar em diferentes áreas do jornalismo em perder a qualidade. É um exímio repórter e tem paixão por entrevistar, escrever e a comunicação de forma geral.
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