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O medicamento Mounjaro (tirzepatida), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly (LILY34), foi recentemente aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023. Destinado ao tratamento de diabetes tipo 2, Mounjaro surge como uma nova opção terapêutica no mercado farmacêutico.
Abaixo, o blog da UnicPharma separou mais informações sobre esse novo remédio e como você pode usá-lo no dia a dia. Confira tudo a seguir:
O que é o Mounjaro
Mounjaro, um agonista do receptor de GLP-1 administrado por injeção semanal, visa melhorar o controle da glicemia em pacientes adultos. Disponível em concentrações de 5 mg/mL, 10 mg/mL, 20 mg/mL, 25 mg/mL e 30 mg/mL, o medicamento atua como adjuvante à dieta e exercícios físicos, conforme especificado pela Anvisa.
Comparado ao Ozempic (semaglutida), outro medicamento da mesma classe terapêutica, o Mounjaro demonstrou em estudos clínicos ser mais eficaz, possuindo a maior potência glicêmica já aprovada. Isso o posiciona como uma escolha promissora para pacientes que necessitam de um controle rigoroso dos níveis de açúcar no sangue.
Ele ajuda a emagrecer?
Conforme o novo registro da Anvisa publicado no Diário Oficial da União (DOU), a tirzepatida, componente do Mounjaro, apresenta o benefício de promover uma “mudança favorável no peso corporal (perda de peso)”. Isso acontece porque o excesso de peso e a obesidade são fatores que contribuem para a fisiopatologia do diabetes tipo 2 (DM2).
De maneira simplificada, o medicamento atua retardando o esvaziamento gástrico, prolongando a sensação de saciedade e inibindo os sinais de fome no cérebro, o que ajuda a suprimir o apetite.
Por esse motivo, medicamentos como Mounjaro e Ozempic acabam sendo frequentemente utilizados “off-label”. Ou seja, de uma forma não indicada na bula, para auxiliar no emagrecimento e na perda de peso.
No entanto, é importante ressaltar que a recomendação da Anvisa é que esses medicamentos sejam utilizados para o tratamento do diabetes tipo 2 ou para o controle da glicemia. Acaba sendo importante usá-los em conjunto com uma dieta adequada e exercícios físicos, sob a supervisão e orientação de profissionais de saúde qualificados.
Os benefícios
A tirzepatida, um componente chave do medicamento Mounjaro, oferece diversos benefícios significativos, especialmente no contexto do tratamento do diabetes tipo 2. Confira alguns dos principais benefícios:
- Controle glicêmico eficaz: A tirzepatida ajuda a reduzir os níveis de glicose no sangue de maneira eficaz, contribuindo para um melhor controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2. Ela atua estimulando a liberação de insulina em resposta aos níveis elevados de glicose. Isso ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue ao longo do dia.
- Perda de peso: Um dos benefícios distintivos da tirzepatida é sua capacidade de promover a perda de peso significativa em pessoas com diabetes tipo 2. Isso ocorre porque o medicamento retarda o esvaziamento gástrico, prolongando a sensação de saciedade e reduzindo o apetite, o que pode levar a uma ingestão calórica menor e, consequentemente, à perda de peso.
- Menos injeções: Comparado a alguns outros tratamentos para diabetes tipo 2, a tirzepatida pode oferecer uma vantagem em termos de conveniência de administração. A depender da formulação e concentração, pode ser necessária apenas uma injeção semanal, facilitando o cumprimento do regime terapêutico.
- Melhoria da qualidade de vida: Ao melhorar o controle glicêmico e auxiliar na perda de peso, a tirzepatida pode contribuir significativamente para uma melhor qualidade de vida em pacientes com diabetes tipo 2. Reduzir a dependência de medicações adicionais e promover um peso saudável são aspectos importantes para o bem-estar geral dos pacientes.
- Potencial redução de complicações: O controle adequado dos níveis de açúcar no sangue e a redução de peso associados ao uso de tirzepatida podem ajudar a reduzir o risco de complicações crônicas do diabetes tipo 2. Estão, por exemplo, doenças cardiovasculares, neuropatias e doenças renais.
Como usar
Administre o medicamento por via subcutânea no abdome, coxa ou braço, com alternância dos locais de injeção. A dose inicial é de 2,5 mg uma vez por semana.
Depois de quatro semanas, aumenta-se a dose para 5 mg uma vez por semana. Se necessário, pode-se fazer ajustes adicionais na dose em incrementos de 2,5 mg, após um mínimo de 4 semanas na dose atual.
Assim sendo, a dose máxima recomendada é de 15 mg uma vez por semana. Não é necessário ajustar a dose com base na idade, gênero, raça, etnia, peso corporal, insuficiência hepática ou renal (incluindo doença renal em estágio terminal).
Vale destacar que a segurança e eficácia do medicamento não acabaram sendo estabelecidas em pacientes com menos de 18 anos de idade.
Efeitos adversos e contraindicações
A tirzepatida, componente central do medicamento Mounjaro, apresenta uma série de efeitos adversos e precauções importantes. Confira os principais pontos a seguir:
Efeitos adversos gastrointestinais
Assim como outros agonistas do receptor de GLP-1, a tirzepatida pode causar efeitos colaterais gastrointestinais, sendo os mais comuns perda de apetite, diarreia, náuseas e vômitos.
Estes sintomas geralmente melhoram ao longo das primeiras semanas de tratamento ou com a redução da dose. A incidência desses efeitos é mais pronunciada com doses mais elevadas, como 10 mg e 15 mg semanais.
Pancreatite
Embora a elevação das enzimas lipase e amilase seja comum com o uso de tirzepatida, a maioria dos pacientes permanece assintomática.
No entanto, casos de pancreatite aguda acabaram sendo relatados, o que requer a suspensão imediata do medicamento caso ocorram sintomas como dor abdominal intensa na parte superior, que pode irradiar para as costas, associada a náuseas, vômitos e febre baixa.
Vale destacar que a elevação assintomática das enzimas pancreáticas não é motivo para interromper o tratamento.
Carcinoma Medular de Tireoide
Estudos iniciais observaram o desenvolvimento de tumores de células C da tireoide em ratos. No entanto, não existem evidências de que a tirzepatida cause esses tumores em humanos.
Já pacientes com histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN 2) devem evitar o uso de agonistas do receptor de GLP-1. A recomendação é até que mais dados de segurança estejam disponíveis.
Outras doenças
Confira outras possíveis complicações:
- Doença das vias biliares: Mesmo que seja rara, encontraram a doença da vesícula biliar e outras condições biliares com o uso prolongado e em doses elevadas de agonistas do receptor de GLP-1, como a tirzepatida.
- Insuficiência renal aguda: A desidratação induzida por diarreia ou vômitos pode aumentar o risco de insuficiência renal aguda em pacientes que já possuem algum grau de doença renal crônica ou que estão sendo tratados com diuréticos ou inibidores da ECA ou ARA2.
- Hipoglicemia: A combinação de tirzepatida com sulfonilureias ou insulina pode aumentar o risco de hipoglicemia, sendo geralmente necessário reduzir a dose desses medicamentos para evitar esse efeito indesejado.
Contraindicações e precauções
A tirzepatida é contraindicada em pacientes com alergia a qualquer um de seus componentes. Também é diante diabetes mellitus tipo 1, pancreatite crônica, gravidez e em pacientes com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN 2).
Deve ser utilizada com precaução em pacientes com retinopatia diabética, idade superior a 85 anos, gastroparesia e durante a amamentação.
É fundamental que o uso de tirzepatida seja sempre orientado e monitorado por profissionais de saúde qualificados. Assim, acaba sendo possível garantir uma administração segura e eficaz do medicamento para o tratamento do diabetes tipo 2.
Farmacêutica, Bioquímica e Nutricionista
Graduanda em farmácia estética
Pós graduação em farmácia clínica e atenção Farmacêutica
Pós graduação em fitoterapia clínica
Formada em nutrição
Atua como farmacêutica há mais de 10 anos no mercado
magistral, Com Inscrição no Conselho Regional de Farmácia N.46216